quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Lei do Desapego

Certamente você já ouviu isso antes, numa música, poema, filme.... E agora esta lendo aqui no blog :)

É sobre isso que escrevo hoje...DESAPEGAR!

Fim de ano chegando e as pessoas (como sempre) atoladas no trabalho e demais afazeres, são os preparativos para Natal, festas e férias... E você já parou para pensar que tudo isso fica mais pesado se estivermos levando conosco, em nossa bagagem, coisas desnecessárias?

Que tal aproveitar esse final de ano para deixar por aqui, em 2014, as coisas que já não lhe cabem mais, que não fazem mais sentido, ou que tal resolver as que estão mal resolvidas e desta forma começar o ano mais leve, com as energias renovadas, e ai?!

Carregamos conosco muitas coisas desnecessárias, magoas, medos, rancor....e os mais diversos sentimentos. E com o tempo, nos sentimos cada vez mais prisoneiros destes, é cansativo carrega-los, é triste...e com certeza não é necessário! Entre em contato com os seus sentimentos e descubra o que já esta na hora de deixar o vento levar :)

Como já dizia minha vó, todos nós sabemos onde o sapato aperta, então ao refletir sobre este post espero que você leitor possa ter essa consciência e saber o que de fato deve continuar com você e o que deve ser deixado pra trás... Peça ao vento para que ele afaste de você tudo aquilo que te pesa, te sufoca te impede de ser feliz e atuar plenamente em sua vida! Mas não se esqueça, que a decisão de desapegar É SUA, o vento pode até ajudar, mas é você quem deve deixar certas coisas partirem...E permitir que outras cheguem!

Sempre lembrando que a psicoterapia pode nos auxiliar muito durante toda nossa caminhada, nos dando suporte e nos possibilitando a descoberta de novos caminhos, novas formas de pensar... Além disso, pode nos encorajar nesse processo desafiador da mudança e do desapego.




segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Menos é Mais!


Nós, seres humanos, temos uma leve tendência a dificultar ou problematizar algumas situações que poderiam ser resolvidas ou vividas de forma simples, objetivas  e serenas.  Quem nunca enrolou, enrolou...pra tomar uma decisão, transformou algo simples em um grande problema, quando as vezes a única coisa necessária era dizer NÃO, ou dar um basta em algo/alguém que incomodava... Muitas vezes as pessoas levam tempo vivendo em sofrimento, as decisões necessárias vão sendo prorrogadas, por diversos motivos, existe sempre um MAS ou um SE... e assim o problema vai ganhando um proporção maior do que deveria, e com isso o sofrimento só aumenta e cada vez se torna mais difícil desatar o nó criado por nós mesmos. Muitas vezes o que acontece é que buscamos agradar aos outros e não a nós, escolhemos para os outros e não para nós, desta forma nos responsabilizamos em escolher algo que faça o outro feliz, e a nós, quem fará?! Também podemos refletir a respeito da perfeição que buscamos em nossas escolhas, estamos sempre querendo acertar, e pior, acertar antes mesmo de experimentar... E tudo isso consome boa parte de nossas energias, desta forma nos sentimos cansados emocionalmente e  claro, desmotivados diante de algo que vivemos ou de alguma decisão a ser tomada. 

Através da psicoterapia é possível clarear algumas coisas, tornar as escolhas mais claras e objetivas, facilitando assim a resolução de determinados "problemas" e melhorando as vivências. 

Quando encontrei essa imagem logo relacionei com as dificuldades que as pessoas encontram em seus relacionamentos, no trabalho, em família, enfim. Muitas vezes estamos envolvidos com pessoas que nos prejudicam, ou em ambientes desfavoráveis e ainda assim vivemos determinadas situações, sempre insatisfeitos, se queixando que não esta bom, mas nenhuma atitude é tomada, e ai o que poderia ser simples de ser resolvido, passa a ser muito difícil. 

E você, ao observar essa imagem, consegue relacioná-la com o que?!

Reflita, você esta sendo objetivo em suas escolhas, em suas experiências de vida....ou esta cada vez mais enrolado (A)??! Esta escolhendo algo por você ou pelo outro?! 


Boa leitura e reflexão.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Liberdade



Nada mais confortável do que ser quem de fato você é, como você é!
Sem interpretar papeis ou tentar agradar aos demais. É libertador quando nos descobrimos, compreendemos e aceitamos, quando nos valorizamos, nos permitimos e admitimos quem e como somos, sem temer o julgamento alheio. Como menciona Osho em seu livro Liberdade, A Coragem de Ser Você Mesmo:  "Liberdade significa capacidade dizer sim quando é preciso dizer sim, de dizer não quando é preciso dizer não e de ficar calado as vezes, quando nada é necessário ser dito".

Dizer o sim e o não de acordo com nossa vontade, é uma das formas mais saudáveis de nos cuidarmos emocionalmente. E por sua vez, é uma tarefa tão difícil para tantas pessoas, que não conseguem dizer não, e estão sempre alienadas ao desejo dos outros, realizando as vontades dos outros, concordando com tudo o que é dito e aceitando tudo que lhe é solicitado.... Possivelmente pessoas que vivem sob essas circunstâncias tendem a ser mais irritadas, desmotivadas, angustiadas...pois imaginem só não poder expressar sua própria vontade, manifestar sua opinião, ser quem você é..triste não é?

Esse processo de se descobrir, e a partir disso distinguir o que de fato você quer e o que o outro quer, estabelecendo assim seus limites, seus "sim" e "não", é muito saudável emocionalmente e necessário para nosso crescimento pessoal. A psicoterapia também tem essa finalidade, dar suporte para os que desejam se descobrir, se compreender  e aceitar quem são.

Para finalizar, uma imagem/frase para refletirmos!






domingo, 16 de novembro de 2014

Descobrir-se

Mensagens para Facebook Mesmo quando tudo parece desabar

Descobrir que a responsabilidade por nossas escolhas, estilo de vida, relações ...é nossa e não do outro, que cabe a mim ser bem resolvida, feliz, segura, confiante e não ao outro...não é tarefa fácil, mas é possível!

E é maravilhoso quando vejo as pessoas durante o processo psicoterapêutico se descobrindo, tomando consciência sobre si e sobre suas responsabilidades. Desta forma exercem seu papel de protagonista na vida, valorizando seu papel e decidindo que rumo as coisas devem tomar. Quando tomamos consciência de nossa responsabilidade tudo parece fluir com mais tranquilidade, aprendemos que somos nós que devemos escolher quem deve caminhar ao nosso lado, e que trajeto faremos, além de decidir como estaremos agindo na caminhada da vida.

De inicio essa responsabilidade pode assustar, pois infelizmente nos acostumamos a viver esperando pelos outros...que os outros nos façam felizes, nos compreendam, nos aceitem, nos complete... e o mais triste, que atendam aos nossos ideais, sendo exatamente como imaginamos... E por conta dessa espera, muitas vezes saímos frustrados.
Então, quando percebemos que somos nós que devemos estar no controle, podemos nos assustar, mas de alguma forma, depois de experimentar tal responsabilidade, as pessoas sentem-se plenas, atuantes em sua vida, e isso vale qualquer esforço :)

Experimente os benefícios da psicoterapia!

Descubra-se!



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Nosso Universo

Finalizando mais uma semana, parei um momento para refletir sobre as experiências vivenciadas no decorrer desta semana. Sempre ha algo novo que experimentamos em nossas vivências, e o simples fato de nos relacionarmos com os outros e com o meio onde vivemos, já nos possibilita aprender muita coisa sobre nós e sobre eles. Somos dotados de sentimentos e emoções e cada relação que mantemos, desperta em nós algum sentimento. Muitas vezes as pessoas ficam assutadas com as "divisões" que ocorrem dentro de si, as pessoas tem dificuldade de compreender e aceitar os diversos aspectos que nos fazem ser quem somos, assim como os papeis que desempenhamos. Sempre gosto de trabalhar com os pacientes a questão dos papeis que desempenhamos e a maneira com desempenhamos cada um. É claro, que somos uma única pessoa que desempenha vários papeis e em cada um deles nos comportamos de forma diferente, assim como experimentamos emoções diferentes. Somos filha/o, estudante, amiga/o, irmã/o, namorada/o, profissionais... É um universo que nos habita e que nós também habitamos, recíproco não é?!
De fato um influencia o outro, e assim vivemos, alguns dando conta deste universo outros não, já parou pra refletir sobre tudo isso? Os papeis que desempenha, como sente-se em cada um, o que tem feito com seu universo?!

Eu, pensando sobre tudo isso,  conclui que temos em nós um universo imenso de sentimentos, emoções, desejos... e por ai vai!!!


Boa Leitura!


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Ensaio Sobre a Cegueira


E se de repente sua visão fosse tomada por uma forte luz branca, que te impedisse de ver o mundo e as pessoas com seus próprios olhos?!

Uma "treva branca"que te impedisse de olhar para aqueles que amas, para a chuva caindo do céu, para o sol nascendo ou se pondo, para o mar...

Angustiante não é?!

Mas vale a reflexão, e por isso hoje aqui no blog, quero indicar um livro chamado Ensaio Sobre a Cegueira, do renomado José Saramago. Além da leitura do livro, também quero indicar o filme originado desta obra, cujo diretor é Fernando Meirelles.

Excelente livro e filme, que nos levam a refletir sobre nossa condição e experiências de vida. Tenho pensado sobre como somos dependentes de nossos sentidos, e como eles nos guiam diante da vida, e por vezes, em meio a correria do dia-a-dia deixamos de prestar atenção em tantas coisas ao nosso redor, sons, cores, sensações, cheiros, gostos... Reflita!
E para finalizar esse post escrevo aqui uma citação do livro, simples porém instigante, "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara".

Ensaio Sobre a Cegueira : foto
Filme

Ensaio Sobre a Cegueira : foto
Filme

Capa do Livro




segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Meu Trabalho com Grupos

Uma de minhas paixões em ser psicóloga, além de atuar na clínica,  é poder trabalhar com grupo terapêutico. É algo que me realiza e possibilita crescimento profissional e pessoal. Como trabalho com adultos e adolescentes, os grupos terapêuticos que realizo são voltados para esse público. Recentemente finalizei um grupo terapêutico para pais, que por sua vez, foi um trabalho muito especial e rendeu bons resultados.

Nesse grupo em especial, a temática eram questões relacionadas a educação, convivência familiar e os papeis que desempenhamos.
Você deve estar se perguntando, mas o que é um grupo terapêutico?  É um encontro que possibilita diálogo sobre nossas vivências em grupo (família, trabalho...), sobre os diversos papéis que desempenhamos e as dificuldades inerentes a cada um. Além disso, é possível compartilhar conhecimentos e construir novas formas de olhar as questões relacionadas à educação e relacionamento familiar, bem como acolher os participantes e proporcionar suporte para suas queixas.

E o objetivo?
O grupo terapêutico, de forma geral tem como objetivo oferecer um espaço facilitador, onde podemos ser acolhidos, trocar experiências e reflexões. Promover oportunidade para que os participantes possam compartilhar suas dúvidas, ansiedades e medos referentes às questões relacionadas à educação, relacionamento familiar e demais. Possibilitar auto conhecimento e trabalhar no sentido de desenvolver relações mais saudáveis.

Por que é importante?
Somos seres em constante desenvolvimento e crescimento, e parte desta constante construção acontece através das relações que mantemos com o mundo e com as pessoas. Aprendemos coisas sobre nós mesmos ao se relacionar com os demais. Há uma necessidade natural por estar em contato com os demais, sendo família ou amigos. De forma geral, nunca estamos só, pois mesmo que estejamos fisicamente sozinhos, nosso pensamento estará sempre vinculado a outras pessoas e aos momentos que já vivemos ou viveremos com estas. Por conta disso, é essencial repensarmos a qualidade de nossas relações e melhorar aquilo que nos for possível.

Bem, acho que deu para dar uma clareada a respeito do que se trata um grupo terapêutico. Ele pode ser voltado para qualquer publico, desde crianças até adultos e pode ser trabalhado os mais diversos temas, assim o profissional pode dar sugestões e também ouvir do grupo sobre o que eles tem interesse em trabalhar nos encontros. Além do diálogo/troca de experiências , costumo enriquecer os encontros com dinâmicas que possibilitam o ví

nculo/entrosamento  entre os participantes, bem como auto conhecimento, relaxamento entre outros.

Se você leitor se interessou e quer saber mais sobre essa prática, não deixe de entrar em contato :)

Email: primelopsi@gmail.com

Cel: (47)9977 7867
Recepção de um dos Encontros
Grupo produzindo em um dos Encontros!



quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Um dia você aprende de Willian Shakespeare

Olá queridos leitores,

Hoje quero compartilhar com vocês um poema que acho muito bonito, vale a pena a leitura e reflexão!

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança ou proximidade. E começa aprender que beijos não são contratos, tampouco promessas de amor eterno. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos radiantes, com a graça de um adulto – e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, pois o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, ao passo que o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol pode queimar se ficarmos expostos a ele durante muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe: algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e, por isto, você precisa estar sempre disposto a perdoá-la.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva um certo tempo para construir confiança e apenas alguns segundos para destruí-la; e que você, em um instante, pode fazer coisas das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e que, de fato, os bons e verdadeiros amigos foram a nossa própria família que nos permitiu conhecer. Aprende que não temos que mudar de amigos: se compreendermos que os amigos mudam (assim como você), perceberá que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou até coisa alguma, tendo, assim mesmo, bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito cedo, ou muito depressa. Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que verdadeiramente amamos com palavras brandas, amorosas, pois cada instante que passa carrega a possibilidade de ser a última vez que as veremos; aprende que as circunstâncias e os ambientes possuem influência sobre nós, mas somente nós somos responsáveis por nós mesmos; começa a compreender que não se deve comparar-se com os outros, mas com o melhor que se pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se deseja tornar, e que o tempo é curto. Aprende que não importa até o ponto onde já chegamos, mas para onde estamos, de fato, indo – mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar servirá.

Aprende que: ou você controla seus atos e temperamento, ou acabará escravo de si mesmo, pois eles acabarão por controlá-lo; e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa o quão delicada ou frágil seja uma situação, sempre existem dois lados a serem considerados, ou analisados.

Aprende que heróis são pessoas que foram suficientemente corajosas para fazer o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências de seus atos. Aprende que paciência requer muita persistência e prática. Descobre que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, poderá ser uma das poucas que o ajudará a levantar-se. (…) Aprende que não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido: simplesmente o mundo não irá parar para que você possa consertá-lo. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar atrás. Portanto, plante você mesmo seu jardim e decore sua alma – ao invés de esperar eternamente que alguém lhe traga flores. E você aprende que, realmente, tudo pode suportar; que realmente é forte e que pode ir muito mais longe – mesmo após ter pensado não ser capaz. E que realmente a vida tem seu valor, e, você, o seu próprio e inquestionável valor perante a vida

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Parábola da Borboleta


Ha quem diga que tudo tem seu tempo, seu momento. Algumas coisas não podem ser apressadas, devemos ter cautela e serenidade para compreender e poder esperar pelo tempo. Isso não significa tomar uma postura pacífica e acomodada, esperando milagres do tempo, nossas responsabilidades e escolhas são inegavelmente nossas, mas devem acontecer no tempo certo, e devem ser feitas exclusivamente por nós, no nosso ritmo e a nossa maneira,  procurando sempre esperar o menos possível dos demais e permitindo o menos possível que os outros nos apressem em nosso processo de amadurecimento ou escolha.
Cada coisa no seu tempo, desta forma, se formos mais cautelosos a tendência é ter uma vida mais tranquila, e a medida que vamos nos conhecendo e descobrindo nosso potencial, mais fácil se torna o viver. Quando conseguimos nos manter calmos e serenos, tomamos decisões mais seguras e sem pressa conseguimos fazer escolhas mais sensatas e nosso crescimento pessoal flui de forma saudável e satisfatória.

De modo geral, nossas atitudes e escolhas exigem de nós muito mais que paciência e sabedoria, exigem também certo esforço. Penso que o esforço é necessário para o nosso crescimento e fortalecimento.
Se vivêssemos a nossa vida sem passar por quaisquer obstáculos, talvez não conseguiríamos ser tão fortes quanto podemos ser. Não conheceríamos nosso potencial, não saberíamos sobre nossas habilidades e recursos. Concluindo minha reflexão, gostaria de convidar vocês leitores para a leitura e reflexão da parábola abaixo


Boa Leitura...

Parábola da Borboleta

Certo dia, um homem estava no quintal de sua casa e observou um casulo pendurado numa árvore. Curioso, o homem ficou admirando aquele casulo durante um longo tempo.
Ele via que a borboleta fazia um esforço enorme para tentar sair através de um pequeno buraco que havia no tal casulo. No entanto, sem sucesso e depois de algum tempo, a borboleta parecia que tinha desistido de sair do casulo, as suas forças haviam se esgotado.
O homem, supondo a aflição dela para querer sair do casulo resolveu ajudá-la: pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo para libertar a borboleta.
Então, a borboleta saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho e as suas amassadas.
O homem, feliz por ajudá-la a sair, ficou esperando o momento em que ela fosse abrir as asas e saísse voando, mas nada aconteceu.
A borboleta passou o resto da sua vida com as asas encolhidas e rastejando o seu corpo murcho.
Nunca foi capaz de voar...
O homem então compreendeu que o casulo apertado e o esforço da borboleta para conseguir sair de lá, eram necessários para que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas para fortalecê-las e ela poder voar assim que se libertasse do casulo.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Adolescência, e agora?!


Frequentemente pais e educadores queixam-se pelas dificuldades em lidar com os adolescentes. De fato essa fase é complexa, requer tolerância e sabedoria de quem já é adulto e precisará acolher esse adolescente. No entanto, apesar de ser uma fase difícil, é necessária para o processo de desenvolvimento humano, ninguém se torna adulto antes mesmo de ser criança e posteriormente adolescente.

Além das queixas relacionadas aos comportamentos de filhos e alunos adolescentes, existem também as dúvidas sobre como lidar com eles de forma eficiente e menos conturbada.

Sempre afirmo ao trabalhar com famílias onde existem adolescentes, que nesta fase a família ganha um "novo membro", um filho novo, diferente, que já não é mais criança e ainda não é adulto, assim a família precisa se reinventar e encontrar novas formas de convivência, que possam ser acolhedoras, respeitando as diferenças entre os membros e sempre estimulando o diálogo. E se a família ganha um novo membro, esse adolescente também ganha uma nova família, que muitas vezes o estigmatiza, coisas do tipo "agora temos um aborrescente em casa" são muito comuns, e são causadoras de sofrimento para o jovem que vivencia os desafios desta fase. Além disso, o adolescente "ganha" um novo corpo, novo gosto musical, novas amizades, novos interesses..."Então, existe alguém novo dentro de mim, e eu não sei o que fazer com isso" (fala de um adolescente, apenas para ilustrar a angustia que pode ser experimentada nesta fase).

Uma autora escreve muito bem sobre adolescência, e escreveu em um de seus livros: "Na adolescência, a tarefa dos filhos é se diferenciar do ninho e construir uma identidade própria. Os pais procuram aquele filho que estava sempre por perto, afável, e encontram tudo mudado: a porta do quarto trancada, som em volume alto, cara amarrada" (Myrian Bove Fernandes em Clínica Gestáltica com Adolescentes, 2013).
É exatamente isso, nessa fase as coisas mudam, as pessoas envolvidas nesse processo mudam, é preciso compreender que o filho não será sempre criança, e para se tornar um adulto precisará viver a adolescência. A convivência familiar, tanto nesta fase como em todas as outras, deve ser regada de presença e participação dos pais, além de incentivo, encorajamento, muito diálogo e uma dose de proteção, para que os jovens possam assumir com segurança caminhos de responsabilidade, com orientação e carinho dos pais e professores.

Para uma convivência harmoniosa, um dos passos importantes é compreender, tanto a família, educadores como os adolescentes, que existe ai visões de mundo diferentes, permeadas por experiências diferentes, gerações diferentes em um tempo social e histórico diferente. Certamente o adolescente de hoje, não é o mesmo de vinte ou trinta anos atras. Sem ter consciência desta diferenciação, os adultos sofrem tentando compreender porque com seus filhos ou alunos é tudo tão diferente do que foi em seu tempo. Tanto as pessoas como a  educação acompanham e são diretamente influenciadas pelas mudanças do tempo e da sociedade, por isso sempre enfatizo, é preciso se reinventar, não dá pra ficar sempre contando a historinha do Chapeuzinho Vermelho e acreditar que seu filho vai achar legal!

Um dos pontos fundamentais que costumo ressaltar no trabalho com famílias e adolescentes, diz respeito a como conviver no dia-a-dia, penso que não existe receita nem mesmo mágica. No entanto, de forma geral, o mais indicado é procurar respeitar essa fase evitando estigmatização e rótulos do tipo, "mal humorado", "aborescente", "rebelde"....Afinal, ninguém é mal humorado sempre, ou estressado sempre, existem momentos ou ocasiões que nos sentimos assim, mas isso não deveria nos definir enquanto pessoas, nem da adolescência e nem na vida adulta. É preciso construir formas de conviver e educar, e isso é uma coisa que se diferencia em cada família, pois deve ser levado em conta as crenças e valores de cada grupo, não é algo feito da noite para o dia, requer envolvimento, persistência e paciência.
Outra conduta legal é mostrar para os filhos ou alunos, que os problemas ou conflitos que surgem em nossa trajetória, todos tem "solução" ou pelo menos uma forma mais harmoniosa de conviver com estes incômodos, não devemos dramatizar os acontecimentos e dar enfase para as intrigas entre amigos, fofocas, enfim, uma opção legal é apenas estar do lado deles conscientizando-os com tranquilidade e sabedoria. E não poderia deixar de mencionar como é importante o encorajamento nesta fase, encorajá-los a se expressar, a resolver seus conflitos, a superar seus medos, a fazer escolhas...Isso é fundamental!
Vale lembrar que cobranças e exigências devem ser ponderadas, afinal, se temos 17 anos é esperado agirmos com alguém de 17 anos e não alguém de 30, certo?!

E sobre o papel do psicólogo, penso que é no sentido de favorecer o crescimento pessoal dos membros da família, auxiliar a família a cultivar a união o diálogo e criar hábitos para tornar a convivência mais positiva e enriquecedora nesse momento do ciclo vital. Esta ai mais um beneficio da terapia :)

Boa Leitura! Espero que possam fazer suas reflexões!

sábado, 30 de agosto de 2014

Dia do Psicólogo


No último dia 27, comemoramos uma data especial para os profissionais da Psicologia....o Dia do Psicólogo (a)! E eu não poderia deixar de escrever sobre a minha profissão neste blog sobre psicologia né :)

No que consiste o fazer do Psicólogo?
O que faz este profissional?
Onde ele atua, a quem atende?

Com pouco mais de 50 anos de Psicologia no Brasil, esta profissão ainda provoca na sociedade muitas dúvidas, e os velhos mitos acerca do fazer deste profissional  infelizmente  ainda habitam o imaginário de muitos, você certamente já deve ter ouvido alguém falar, que Psicólogo é coisa pra louco ou que é um conselheiro, um adivinha, que avaliam as pessoas só no olhas

Me lembro como se fosse hoje que uma das primeiras lições da faculdade, foi justamente descrever sobre o que  pensávamos sobre a profissão, o que faria um psicólogo....E as respostas predominantes, adivinhem....AJUDAM AS PESSOAS....Bem, isso rendeu na turma uma tremenda e deliciosa discussão, onde pudemos refletir sobre os reais fazeres do profissional da psicologia.

Bem, para poder explicar de forma justa e coerente, para que vocês leitores possam compreender o que faz um psicólogo, optei por destacar alguns pontos que considero importante: a Psicologia não é uma só, você sabia que o psicólogo atua de acordo com alguma abordagem que por algum motivo resolveu se especializar?! Sim, por isso a Psicologia não é uma só...ela é uma ciência que de forma geral dedica-se ao estudo do comportamento humano e dos fenômenos da sociedade . No entanto, existem diversos formas de compreender tais fenômenos ou comportamentos, essas formas são conhecidas como abordagens ou teorias, cada uma possui pressupostos filosóficos diferentes, assim como uma visão de homem e de mundo. Considerando isso, cabe aos profissionais optar por ma das abordagens e especializar-se, assim ele irá atender a sua clientela baseado nos pressupostos e ideais da abordagem/teoria que segue. 
Além das abordagens o profissional da psicologia pode optar por um "público" que deseja atender, respeitando seu perfil enquanto profissional, e permitindo-se trabalhar com o publico que possui maior afinidade e/ou habilidade...Então, podemos optar por trabalhar com crianças, adultos, adolescentes....até mesmos, casais, grupos e famílias...Existem especialidade para todos esses segmentos!
Bem, as escolhas não param por ai, além de escolher uma abordagem e público, podemos optar por uma área que nos desperte maior interesse, podendo ser: hospitalar, educacional, clínica, organizacional, políticas públicas (CAPS, NASF...), entre outras.

De forma geral, indiferente das abordagens, público ou área, penso que nos dedicamos para a escuta do sofrimento do outro, acolhendo esse sofrimento, e dando lugar para as diferenças e  singularidades, nos dedicamos também à encontrar caminhos e recursos que possam destacar as habilidades e potencialidades de cada pessoa, nos dedicamos a auxiliar o outro no processo de autoconhecimento, de consciência sobre aquilo que ele é, junto com o paciente procuramos formas de mudar aquilo que é disfuncional, que faz sofrer, aquilo que de forma geral, impeça as pessoas de serem plenamente atuantes em sua trajetória de vida Para aqueles que estão aflitos e carregado de emoções mal resolvidas, acolhemos, questionamos, somos curiosos, se a boca não fala o corpo fala e ai estamos atentos, captamos.
Ao contrário do que muitos pensam, não nos encarregamos da responsabilidade de fazer as pessoas felizes, são elas mesmas que fazem isso, quando caminham no sentido de se auto conhecer, de se descobrir. Não nos cabe dar respostas completas sobre como ser feliz, bem resolvido, apenas acompanhamos as pessoas nessa busca. Não atribuímos significados, rótulos ou determinamos quem você é e por que é....Você se descobre.

E todo esse processo que acontece na terapia, e cabe ao psicólogo acompanhar e coordenar, é permeado por técnicas e teorias, certamente apoiadas em alguma abordagem/teoria e claro, em nosso código de ética, onde me chama atenção dois parágrafos que eu gostaria de compartilhar para encerrar este post: 

I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

II. O psicologo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão. 

Extraído do Código de Ética Profissional do Psicólogo  - Agosto 2005.

Bem, penso que com estas informações vocês leitores possam fazer melhor compreensão sobre essa profissão tão fantástica que eu escolhi e amo demais!





domingo, 24 de agosto de 2014

Parábola: De quem é o presente?!

Da série parábolas (risos), aqui estou eu postando mais uma parábola que gosto bastante!

Desejo que façam boa leitura e  reflexão!

De Quem é o Presente?

Perto de Tóquio vivia um grande samurai já  idoso que se dedicava a ensinar o que sabia aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.  Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais.  Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.  No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato do mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: 
- Como o senhor, nosso mestre, pode suportar tantos insultos e ofensas? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre calmamente - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir...


Refletindo sobre essa parábola, pensei e conclui, que desta forma, não somos vitimas das ofensas e dos insultos que nos são cometidos, somos responsáveis por aceita-los ou não. Nenhum de nós pode ser insultado ou agredido, mais de uma vez sem permissão. Nós é quem decidimos se aceitamos e permitimos os "presentes"que nos são entregues. Já parou para refletir sobre o que você tem aceitado e permitindo?!

Até a próxima!
Ótima semana a todos :)
 

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

E se me Julgarem? E se eu não agradar?

Olá queridos leitores!

Aqui estou novamente com minhas reflexões. E no post de hoje escrevo um pouquinho sobre a qualidade de nossas relações interpessoais, então vamos lá :)

Estive acompanhando e analisando as visitas aqui do blog, coisas do tipo: quantos acessos por dia, por mês, de onde vêem essas visitas, e quais as matérias mais visualizadas, foi justamente ai que algo me chamou atenção.

Uma das matérias mais visualizadas tem como título: "Como você se vê e como os outros te vêem", este post trata sobre as diferentes formas de percebermos as pessoas, as coisas, o mundo. De forma geral, a maneira como você se caracteriza pode ser diferente da maneira que os outros te caracterizam, um exemplo, você pode se considerar dedicado, empenhado no que faz, e fazer de tudo para que os outros também pensem assim sobre você, mas não é bem assim que os colegas de trabalho ou a família te vê... Aí bate aquela desmotivação, tristeza, cansaço...
Bem, percebi que este post estava em destaque nas visualizações e então, num momento de reflexão sobre a prática clínica e todas as vivências que tenho estabelecido, pensei: "as pessoas estão muito preocupadas com o que os outros vão pensar sobre elas, sobre o que vão dizer, como vão julgar, se vão aceitar, recriminar, enfim... Vivemos alienados ao outro, na tentativa de agradar, surpreender e outras tantas coisas".

Penso que para viver em grupo, assim como vivemos em nossa sociedade (trabalho, escola, família), essa preocupação das pessoas tem algum sentido, afinal para viver em grupo, primeiramente devemos "ser aceitos", obedecer às regras e como diz o ditado, "dançar conforme a música". Mas por outro lado, percebo o quão cansativo e triste é, aquela pessoa que faz todo um investimento emocional e dedica-se em agradar os demais, muitas vezes fazendo algo que vai contra sua vontade ou valores, mas faz pela aceitação e para evitar julgamentos, ou as indesejáveis fofocas. E também há aqueles que tentam “dar conta de tudo”, para não dar margem aos julgamentos e dizeres alheios. Como estamos lidando com as pessoas? Sabemos expor nosso ponto de vista, nosso limite, nossas sugestões, críticas, atribuir um feedback??
Bem, fiquei a refletir, até quando essa forma de viver e conviver irá se manter não se sabe, cada um tem um tempo, um ritmo, e quando estamos na zona de conforto, qualquer mudança pode soar como algo terrível, mas penso que para muitos é possível que chegue uma hora em que se deseje ser quem de fato você é, sem preocupar-se com os demais. É mais confortável ser você mesmo, é o melhor papel que podemos desempenhar no palco da vida. É preciso sair da zona de conforto, e para algumas pessoas é uma tarefa difícil expressar o que se pensa, elogiar, criticar, e também o fato de descobrir-se, conhecer quem somos, como somos e aprender a lidar com isso. É uma tarefa desafiadora, mas vale a pena. Lembrando que este é um dos papéis fundamentais da terapia, permitir que você se descubra, e com isso possa viver de forma mais harmoniosa, fazendo uso do seu potencial, e aprimorando suas habilidades, inclusive as habilidades sociais que se referem de forma geral ao nosso desempenho ao se comunicar, além disso, a terapia pode auxiliar no processo de descobrir novas formas de viver e se relacionar... Sim, tudo isso é possível!

Experimente Terapia :)



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Oração da Gestalt

Como já devo ter mencionado aqui no blog, minha orientação teórica é Gestalt Terapia, esta é a abordagem que embasa e norteia meu trabalho, no post de hoje quero dividir um poema bem legal com vocês leitores.

“Oração da Gestalt”, trata-se de um pequeno poema escrito por Frederick Perls, percursor da Gestalt Terapia, o poema é considerado uma síntese da sua visão sobre as relações interpessoais.
Muitos fazem a leitura e concluem que ha um individualismo exacerbado cultuado no poema, uma enfase no "eu", mas se nosso "eu" não estiver bem resolvido, em harmonia com aquilo que de fato somos, acreditamos, desejamos...que relacionamento será pleno?  E mais, o poema também chama a atenção para as expectativas que lançamos sobre o outro e as relações que mantemos. Essas expectativas (aiaiai), temos que ter muito cuidado, pois elas nos cegam,  vimos nos outros apenas aquilo que gostaríamos que ele fosse, e não de fato o que ele é. Assim parece que somente percebemos os "defeitos", aquilo que o outro deveria ser, dizer, sentir....e por ai vai, esquecemos que nós somos os únicos responsáveis por nossos desejos e ninguém tem obrigação de realiza-los. Além disso, nossas expectativas vão se tornando exigências, passamos a cobrar mais e desejar muito, isso pode sufocar qualquer relacionamento.

Penso que a interpretação e a compreensão é algo que passa pela nossa subjetividade, portanto, cada um terá a sua. Gostaria de compartilhar aqui este poema e permitir que façam suas reflexões acerca das relações que têm mantido e o que pensam sobre elas.

O poema, ou oração, como muitos chamam, é mais ou menos assim:



E ai, o que você achou??!!


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Parábola: O sábio e o Passarinho


No post de hoje, quero compartilhar mais uma parábola  que no permite refletir...Espero que possam fazer boa leitura, e que de alguma forma esse conto possa despertar algo em vocês leitores!

Lá vai...

Em uma vila da Grécia, vivia um sábio que era famoso por saber sempre a resposta para todas as perguntas que fossem feitas.

Um dia, um jovem adolescente, conversando com um amigo, disse: “Eu acho que sei como enganar o sábio. Vou pegar um passarinho e o levarei escondido em minhas mãos até o sábio. Então, perguntarei a ele se o passarinho está vivo ou morto. Se ele disser que está vivo, espremo o passarinho, mato-o e deixo-o cair no chão,  mas se ele disser que está morto, abro a mão e o deixo voar”. Assim explicou o jovem, entusiasmado com a possibilidade de enganar o o sábio, e por hora, ter a verdade em suas mãos!

Assim, o jovem chegou perto do sábio e fez a pergunta: “Sábio, o passarinho em minha mão está vivo ou morto?”

O sábio olhou para o rapaz e disse: “Meu jovem, a resposta está em suas mãos!".

Simples assim...E quantos de nós já se debruçou em livros de auto ajuda, já tentou o conselho dos amigos, as lições de filmes,  ou alguma receita que encontramos por ai, mas saímos frustrados destes experimentos pois os resultados não são bem o que esperávamos...as respostas não estão prontas em algum lugar esperando por nós....elas estão em nós, são construção nossa! Como é bom, satisfatório quando vejo as pessoas construindo suas respostas, descobrindo suas habilidades, seu potencial, suas limitações, e desta forma convivendo em harmonia, com relações saudáveis e vivências enriquecedoras!

Forte Abraço e até a próxima :)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Parábola: Inferioridade ou Diferença?

Como gosto muito de parábolas  e inclusive costumo utiliza-las em algum momento da terapia com meus pacientes, pois elas tem uma maneira simples e tocante de nos explicar algumas coisas...então resolvi dividir algumas com vocês aqui no blog!

Cada um certamente fará sua compreensão, de forma única e especial! Espero que possam fazer boa leitura e que de alguma forma essa leitura lhe seja útil.

Inferioridade ou Diferença? 
Um samurai, conhecido por todos pela sua nobreza e honestidade, foi visitar um monge Zen em busca de conselhos. Entretanto, assim que entrou no templo onde o mestre estava, sentiu-se inferior, e concluiu que, apesar de durante toda a sua vida ter lutado por justiça e paz, não tinha sequer chegado perto ao estado de graça do homem que tinha à sua frente.- Por que razão  estou a me sentir tão inferior a si? Já enfrentei a morte muitas vezes, defendi os mais fracos, sei que não tenho nada do que me envergonhar. Entretanto, ao vê-lo meditar, senti que a minha vida não tem a menor importância.- Espere. Assim que eu tiver atendido todos os que me procurarem hoje, eu dou-te a resposta.
Durante o resto do dia o samurai ficou sentado no jardim do templo, a olhar para as pessoas que entraram à procura de conselhos. Viu como o monge atendia a todos com a mesma paciência e com o mesmo sorriso luminoso no seu rosto. Mas o seu estado de ânimo ficava cada vez pior, pois tinha nascido para agir, não para esperar. De noite, quando todos já tinham partido, ele insistiu:- Agora podes-me ensinar?O mestre pediu que entrasse, e conduziu-o até o seu quarto. A lua cheia brilhava no céu, e todo o ambiente inspirava uma profunda tranquilidade.- Estás a ver esta lua, como ela é linda? Ela vai cruzar todo o firmamento, e amanhã o sol tornará de novo a brilhar. Só que a luz do sol é muito mais forte, e consegue mostrar os detalhes da paisagem que temos à nossa frente: árvores, montanhas, nuvens. Tenho contemplado os dois durante anos, e nunca escutei a lua a dizer: por que não tenho o mesmo brilho do sol? Será que sou inferior a ele?- Claro que não - respondeu o samurai. - Lua e sol são coisas diferentes, e cada um tem sua própria beleza. Não podemos comparar os dois.- Então, tu sabes a resposta. Somos duas pessoas diferentes, cada qual a lutar à sua maneira por aquilo que acredita, e a fazer o possível para tornar este mundo melhor.

Refletindo... Ninguém precisa ser igual a ninguém ou melhor do que alguém...somos diferentes, e não ha problema nisso, se pudermos compreender, aceitar e conviver a diferença!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

A Chegada do Bebê na Vida do Casal...


Ter ou não ter? Eis a questão...
Quem tem ama, adora, não troca por nada....sabe quão trabalhoso é, quão difícil é, quantas renuncias foram necessárias, quantos medos superados, incertezas, desejos, sonhos..cada dia uma delicia, uma conquista!

Quem não tem, idealiza, planeja, se organiza, pensa e repensa, a educação, cuidados e preocupação são infinitas, mas chega uma hora que o desejo desperta...

A vida se transforma...as pessoas se transformam, nasce uma mãe, um pai, avós e avós, tios e tias...a Família cresce e aos poucos vai ganhando uma nova configuração, num novo ritmo, com mais datas a serem comemoradas, com mais homenagens, com dia das mães, do pai...E por ai vai...

Sim, estamos falando da chegada de um bebê e todas as mudanças e papéis que nascem junto com ele.
Sempre converso com os pais, muitos aflitos sobre esse momento, e digo que não há receita, curso preparatório, livro ou filme...Nada disso vai te ensinar a ser pai ou mãe, nunca estamos 100% preparados, apenas nos organizamos, buscamos conhecer um pouco essa fase tão surpreendente da vida, buscamos sanar algumas dúvidas e curiosidades, e claro, nos organizamos financeiramente para a chegada do bebê...Mas apenas nos tornamos pais e mães quando de fato o "bebê esta a caminho" e mais ainda quando esta entre a família. As mudanças no corpo da mulher são inegáveis e nesse processo o papel de mãe e de pai já estão sendo construídos.

Por isso, toda aquela ansiedade e desejo de estar 100% preparados é na verdade uma ilusão que camufla nossos medos e inseguranças.

Penso que a gravidez é um momento que exige calma, tolerância e cumplicidade entre o casal, se há maturidade e o casal esta bem resolvido, tanto o bebê quanto o casal se saem muito bem, ambos em seu papel, e assim a tendencia é que a família cresça e se desenvolva num ambiente harmonioso, co clima amoroso e de equilíbrio emocional. Muitos preocupam-se em planejar a chegada do bebê, o que eu penso ser um aspecto favorável, visto que o planejamento e a organização permite que o casal amenize os indicies de ansiedade e preocupação, no entanto a noticia pode pegar alguns de surpresa, o que não precisa ser nenhum grande problema, desde que o casal esteja em sintonia e juntos posam se organizar para a chegada do bebê. Sempre gosto de ressaltar que somos seres com tendência ou habilidade a adaptação, e se não sair como sonhamos, sempre buscamos uma forma de nos adaptar, de melhorar a situação.

O que o casal não pode negar, é que mudanças vão ocorrer, desde o corpo da mulher, até a intimidade do casal e vida financeira...Essas mudanças não precisam ser de ordem negativas, se o casal conseguir compreende-las e respeitar um ao outro nessa fase nova da vida. Será necessário abrir este relacionamento que até então contava com apenas duas pessoas ( casal) para receber uma terceira pessoa, que vai requerer atenção, cuidados. Tudo isso se torna mai fácil se o casal estiver em harmonia, companheiros no sentido de um colaborar com o outro, dar espaço e ouvir os medos e aflições e compartilhar as responsabilidades e cuidados com o pequenino (a) que acaba de chegar.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Felicidade a Qualquer Preço

Bem, o título do post de hoje indica que estamos falando de uma sociedade que não mede esforços para ser feliz. E o que é essa tal felicidade, tão desejada? Onde ela esta? Como ela é? A sentimos, compramos, emprestamos??

São tantos questionamentos, e sem dúvida assim como eles, o desejo de ser feliz faz parte da vida de muitos. A felicidade no mundo contemporâneo em que vivemos, tornou-se um ideal, de forma geral, todos buscam por este ideal. E neste cenário onde a felicidade e qualidade de vida ganham cada vez mais enfase, a medicação também esta em foco, é um dos recursos mais utilizados pela população para alcançar bem estar, qualidade de vida, em outras palavras: felicidade. O consumo de medicações como Rivotril (lê-se tranquilizante/calmante de maior indicação para casos de ansiedades/pânico...), tem se destacado, e respondem à crença da conquista da felicidade através da medicação, como muitos diriam: "A se tivéssemos a pilula da felicidade...". Infelizmente, no que diz respeito a medicação, o Brasil é um dos dez maiores mercados de antidepressivos do mundo. A população consumiu no ano de 2008, mais de 24 milhões de "pilula da felicidade". Este número assustador e preocupante  não para de crescer, mas será que a felicidade se alcança através do consumo de antidepressivos, calmantes...?
Tenho percebido, que vivemos numa sociedade que valoriza tanto a  felicidade e que de forma geral não aceita o sofrimento, não aceita o que é estranho de se sentir, o que não é nomeado pela ciência... Quando nos sentimos mal, angustiados, tristes, ou mesmo ansiosos e estressados, procuramos logo por recursos, não nos permitimos sentir o que não é bom, e queremos sem dúvida nomear o que sentimos, um diagnóstico cai muito bem nesses casos, não é?!

Penso que não devemos nos acomodar com o sofrimento, com as angústias e questões mal resolvidas da nossa vida, mas também não precisamos nos apressar em busca da "cura", muitas vezes os sentimentos indesejáveis que nos causam sofrimento também nos ensinam algo. E sobre os recursos, penso que são tantos os possíveis antes de recorremos a dependência medicamentosa, ou exclusivamente medicamentosa.
A psicoterapia, por exemplo, sempre cai bem, tem papel importantíssimo para aqueles que desejam  ser felizes! E sobre a felicidade x psicoterapia, penso  que não é papel do psicólogo dar respostas ou se encarregar pela felicidade do paciente, mas acompanhar o paciente nesse processo de busca e questionamentos, mesmo porque, não existe uma regra ou uma receita válida para todos, o homem deve descobrir por si só aquilo que lhe satisfaz, ao psicólogo cabe auxiliar o paciente na descoberta de sua singularidade, e consequentemente descobrir o que lhe faz feliz, é uma longa caminhada, cheia de surpresas e desafios, nem sempre o que descobrimos sobre nós mesmos nos agrada, mas é preciso se conhecer, e também conhecer que recursos temos a nosso favor, sempre buscando nos aceitar, baseando-se no respeito e compreensão de nossa singularidade.

E você leitor, deve estar se perguntando, mas ela não vai responder aos questionamentos do inicio deste post, sobre felicidade?
Não. Porque a resposta desses questionamentos é algo que cada leitor vai responder a sua maneira, considerando a sua singularidade. E sobre a felicidade, como já mencionei, não existe regras, receitas, pilula, livro....É você, o que vai construir!









segunda-feira, 9 de junho de 2014

Nós e nosso Mosaico

Muitas pessoas procuram terapia pois anseiam em saber seu diagnóstico, ha uma necessidade em dar nome ao que se sente, e mais do que isso, ha uma necessidade em nomear o que nos é estranho, o que nos incomoda... é como se fosse uma necessidade de se encaixar num padrão da sociedade, por exemplo, os que tem TDAH, Transtorno de Pânico, Depressão... então por trás destes diagnósticos, muitos se sentem protegidos e acolhidos, e mais do que isso, não se sentem só, afinal quando nos é atribuído um diagnóstico acabamos fazendo pate de um grupo, cujo qual tem número expressivo em nossa sociedade. Além disso, as pessoas anseiam em saber as causas, quais as justificativas, o que poderia explicar  isso ou aquilo que sinto, o que "tenho", por que sou assim...Pensando nisso, dedico este post para expor o "porque" é uma tarefa tão delicada encontrar as causas exatas daquilo que nos incomoda, do que nos assusta e nos faz sofrer, ou da forma como somos e vivemos. E para além disso, quero buscar refletir, junto com vocês leitores, sobre essa necessidade quase que intrínseca de ter respostas para tudo...que muitas vezes passa de necessidade para obsessão.

Não saberia falar em diagnóstico, sem usar como exemplo essa arte, o mosaico. Sempre trabalho com a ideia de que somos como mosaico, até já falei aqui no blog sobre isso quando escrevi sobre subjetividade, que por sinal, tem tudo a ver com o post de hoje e com nosso mosaico!

Em nosso mosaico, cada peça diz respeito a algo especifico sobre nós, uma se refere a educação, outra aos sentimentos, as experiências, à nossa história dia após dia, outra se refere às coisas que vimos e ouvimos, as coisas que acreditamos, que gostamos ou não, nossas crenças e valores também fazem parte do nosso mosaico, e de forma expressiva ...e por ai vai, todas as peças juntas fazem ser quem somos, do jeito que somos.
Então nesse mosaico, parte do que somos, é proveniente das relações sociais, ou seja, nosso contato com os outros (família, amigos...), nessas relações aprendemos muitas coisas, principalmente regras, valores e crenças que são ensinados primeiramente pela família e mais adiante pela sociedade (escola, trabalho...). Sem dúvidas, cada parte desse mosaico que construímos dia após dia, é permeada pela nossa essência, ou como alguns autores diriam, nossa personalidade. Eu diria que é algo que já é nosso por natureza, nascemos com algumas características, é como se fosse nossa essência, algo que nos diferencia uns dos outros.

Isso explica porque ninguém é igual a ninguém, porque somos únicos e temos formas diferentes de viver e de sentir. E claro, isso justifica que quando adoecemos, não é somente porque uma pecinha do mosaico esta comprometida, mas sim porque elas juntas estão, de alguma forma elas se comunicam e estão interligadas, e quando algo não vai bem em nosso universo emocional e corporal, as pecinhas se comprometem entre si.

Pensando nisso tudo, acredito que tenha ficado claro que não somos resultados apenas do que aconteceu no passado, ou do que acontece em nossa casa/família, ou no trabalho...E desta forma, também acredito que a busca pelas respostas e justificativas por aquilo que somos, sentimos ou tememos não deve ser nosso principal objetivo. Que cansativo seria, estar a todo tempo procurando por respostas, na tentativa de explicar o que somos ou como somos...Algumas coisas devemos reconhecer em nós, analisar, aceitar, cuidar  e continuar a caminhada, nem tudo deve ser mudado, o que é nosso, é nosso e ponto.

Veja a figura abaixo, onde esta representado um mosaico, e reflita sobre o que constitui sua vida, quais as pessoas que fazem parte do seu mosaico, quais momentos, quais sonhos, quais medos....quais peças precisam ser remanejadas ou melhor cuidadas?!

Além disso separei uma imagem que gosto muito, e que nos chama atenção no sentido de respeitar a diferença, já que somos diferentes por natureza, e não ha nada erado com isso :)

Reflita!





quarta-feira, 28 de maio de 2014

Estamos preparados para lidar com a nova geração de jovens?!

"Falta de Limite"
"Desmotivação"
"Desobediência às regras"
"Descaso com os estudos"
"Medos e Ansiedades"

Mais recentemente, essas queixas referente a comportamento de crianças e adolescentes, por parte de pais e professores, tem ganhado força. Sem dúvida todas elas fazem parte da problemática desafiadora que envolve o processo de educar, e mais além disso o movimento de viver!

Acredito que tanto as famílias, quanto as escolas, precisam se reinventar e de alguma forma adaptar-se para poder acolher e conviver com essa nova geração de crianças e adolescentes. Isso não significa que devemos nos render e aceitar tudo, mas sim estar aberto para ouvi-los e dar voz a eles, permitindo que eles possam viver essa fase da vida da melhor maneira, amenizando conflitos e permitindo uma convivência mais harmoniosa.
Tenho pensado que nós enquanto adultos, podemos estar sendo exigentes demais com nossos jovens, queremos que nossas regras e limites sejam obedecidos, queremos que filhos e alunos contemplem nossas expectativas e que suas atitudes sejam de acordo com nossos desejos, com aquilo que julgamos certo e melhor.

Sera que estamos ouvindo o que eles tem a dizer? Ou não temos tempo para isso? Ou será que acreditamos que eles não tem nada a nos ensinar?
Estamos nós, enquanto família e escola, dando voz a seus medos, anseios e angustias?

Ou será que estamos vivendo na tentativa de encaixa-los num padrão de comportamento exemplar, desempenho social e escolar nota 10? ...Desta forma sufocando-os em meio a nossos desejos e exigências!
Precisamos dedicar alguns minutos para esta reflexão, sobre o que esperamos desta geração, sobre nossas exigências, nossas expectativas, que convivência estamos construindo e, nesse processo d educar refletir sobre nossos erros  acertos.



sexta-feira, 23 de maio de 2014

Transtorno de Ansiedade de Separação


                            

Um número preocupante de queixas por parte dos pais provem das dificuldades que enfrentam para que os filhos queiram ficar na escola sem problemas. Pais e professores se perguntam, o que ha de errado em vir pra escola e permanecer nela?! O que tem nessa escola??

Eu diria, na verdade não é o que tem, e sim o que NÃO TEM, o que NÃO ESTA LÁ...(na escola)

É esperado que a criança sinta alguma insegurança ou medo quando se separa da mãe ou de outra pessoa que possa representar para ela uma figura de segurança, com quem tenha vínculo afetivo. No entanto, para algumas crianças essa experiência representa um sofrimento intenso e bastante significativo, que pode trazer prejuízos importantes para seu desenvolvimento. Esses casos fazem parte de um quadro chamado Transtorno de Ansiedade de Separação, onde crianças não conseguem ficar separadas dessa pessoa com quem possuem "especial"  vínculo afetivo, na maior parte dos casos essa pessoa é a mãe.

Para quem não sabe ao certo o que significa Transtorno de Ansiedade de Separação, procuro neste post de hoje apresentar informações que possam ser esclarecedoras e também que possam desmistificar um pouco as fantasias e crenças equivocadas que construímos acerca deste Transtorno. O objetivo não é preparar você leitor para fazer um diagnóstico e nem tão pouco, que acreditem que tudo é um transtorno. Acredito que um diagnóstico não deve ser um rótulo e nem tão pouco deve  ser o foco exclusivo do tratamento/terapia, a de se pensar para além do diagnóstico, por exemplo: O que faremos com isso?!
Gosto sempre de frisar que, para qualquer que seja o transtorno, este somente pode ser diagnosticado por profissionais (médico ou psicólogos), e devemos sempre levar em consideração o tempo e frequência dos sintomas, bem como o grau de sofrimento e prejuízos que sofre o individuo.

A característica essencial do Transtorno de Ansiedade de Separação consiste numa ansiedade excessiva envolvendo o afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação. Esta ansiedade esta além daquela esperada para o nível de desenvolvimento do individuo. Em alguns casos, os indivíduos/crianças sentem saudade extrema e chegam a sentir-se enfermos, devido ao desconforto ocasionado pelo afastamento de casa. As crianças alimentam pensamentos de que algo ruim pode acontecer com quem amam enquanto estão longe dessas pessoas ou longe de casa...Também expressam certo medo de se perderem e jamais rever os pais, medo de serem abandonadas. De um forma geral, essas crianças evitam estar longe de casa ou das pessoas que amam, relutam e recusam-se a comparecer na escola, visto que este é um lugar que exige que a criança permaneça longe de casa por um tempo considerável. Ha também a dificuldade em dormir sozinhos, precisam de alguém que permaneça ao seu lado até adormecerem.Os pesadelos podem se tornar frequentes, e além disso tudo, a criança pode apresentar queixas somáticas, ou seja, vômitos, febre, diarreia, dores, sem causa médica especifica.

Este transtorno pode vir a se desenvolver após alguma situação estressora vivida pela criança, por exemplo: morte de um familiar ou animal de estimação, doença de algum familiar, mudanças de bairro, escola...
É um transtorno mais específico da infância, e só deve ser diagnosticado até os 18 anos. Em geral, adolescentes e adultos atendem melhor aos critérios de Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno de Panico, Fobia Social....

Tanto o medo como ansiedade excessivos interferem na interação social da criança, prejudicando seu convívio com os colegas. A falta de socialização e a dependência dos pais são fatores que contribuem para a imaturidade da criança, não só na infância, mas também em sua futura idade adulta. A queda do rendimento escolar também é uma conseqüência bastante observada. Por isso, quando pais e professores percebem comportamentos semelhantes aos mencionados, é preciso que procurem ajuda especializada, e evitar que o tratamento seja tardio, afim de evitar que futuramente essa criança venha a desenvolver outros transtornos de ansiedade, principalmente o Transtorno de Pânico, visto que o Transtorno de Ansiedade de Separação pode ser um fator de predisposição.

De forma geral, nestes casos, como parte do tratamento acho muito válido estimular a autonomia e a independência desta criança e sem dúvida trabalhar a dinâmica familiar, afim de preparar os pais ara encorajar esta criança.

Em breve quero escrever sobre educação superprotetora e sua relação com transtornos de ansiedade em geral.

Espero que possam fazer boa leitura!
Até breve!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A escolha da Profissão!


A escolha da profissão tem sido cada vez mais um desafio para adolescentes, jovens e adultos que pretendem seguir uma carreira e dedicar-se a uma profissão. Em especial para os adolescentes que saindo do ensino médio, "obrigam-se" a escolher por uma profissão, sendo esse um desafio constante, que vem permeando nossas vidas muitas vezes desde a infância. Cada vez mais a sociedade em que vivemos tem nos cobrado uma profissão, a concepção de SER, tem se tornado ampla e dinâmica, não basta ser um funcionário e produzir, é como se tivéssemos que  nos aperfeiçoar e estudar num ritmo frenético...Certamente reflexo de uma sociedade um tanto ansiosa, por um mundo melhor, por coisas melhores...
Bem, é de se pensar o lado bom e ruim deste movimento da sociedade, pois de alguma forma a escolha por uma profissão nos move na busca por algo, seja pelo conhecimento, pelos nossos sonhos, enfim, é uma motivação que também atribui sentido a nossos dias!

Atualmente tem sido mais difícil para nossos jovens escolherem uma profissão, que carreira devem seguir.São tantas as opções, tantas áreas possíveis, e jã não nos basta os pais nos dizerem que profissão seguir, nós enquanto jovens queremos fazer nossas escolhas, queremos ser autores da nossa história!

Bombardeados por influencias que vem de todos os lados (mídia, família, escola...), é com certo medo, ansiedade e insegurança que muitos adolescentes caminham para esta escolha. Muitas vezes, a cobrança da família e da sociedade em geral, faz esse momento se tornar algo desagradável, e muitos desistem da escolha na metade no caminho, ou alienam-se ao desejo dos pais e escolhem por uma profissão que não condiz com seu real desejo. Por conta disso, muitos jovens tem procurado psicoterapia, com principal objetivo de encontrar uma orientação segura para suas escolhas. É muito enriquecedor o trabalho que nós psicólogos podemos fazer junto destes jovens que procuram orientação, é um trabalho dinâmico e ao mesmo tempo deve ser acolhedor e encorajador!
Lembrando que não só os adolescentes sofrem com essa questão, muitos adultos infelizes, insatisfeitos com seu trabalho também passam por isso, quando percebem que podem fazer novas escolhas e investir numa nova profissão, dar um novo sentido para a sua atividade ocupacional!
Como já mencionei aqui no blog, escolher não é uma tarefa fácil, naturalmente ficamos inseguros, com medo das consequência e nos cobrando fazer a escolha certa, o que gera ansiedade. No entanto, devemos compreender que a escolha que fizemos hoje não precisa ser algo determinante, definitivo para o restante da vida, temos a chance de mudar, fazer novas escolhas, se ariscar, cada dia é uma nova oportunidade que a vida nos concede...Afinal, como diz o velho ditado, "a vida é feita de escolhas".

Através da psicoterapia, é possível fazer um trabalho muito especial, uma orientação profissional que envolve testes, dinâmicas e muito diálogo. O primeiro passo é conhecer a si mesmo!
Esta ai mais um beneficio da psicoterapia!

Abraço e até breve!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Pais e Filhos!

Educar não é tarefa fácil,é um desafio eterno, assim como é uma responsabilidade, sem dúvida acompanhados de muita preocupação – SERÁ QUE ESTOU FAZENDO DO JEITO CERTO?
É preciso dar aos pequenos muito mais que amor e educação, é preciso encorajá-los para a vida, é preciso ensinar valores e crenças já existentes, é preciso prepará-los e em algum momento deixá-los voar, trilhar seu próprio caminho!
É dever dos pais preparar os filhos para a vida lá fora.
Muitos pais, por medo de serem rejeitados, ou por medo de causar um conflito, acabam permitindo tudo aos filhos, não negam nada a criança, e acabam sendo extremamente permissivos.

Que adulto se tornará essa criança?!
Como adulto, tudo terá que ser permitido para ele?
E quando jovem ou adulto, na hora que receber um NÃO, como ele vai se comportar?!

Nossos filhos amanha serão reflexo da educação que estamos lhes dando hoje. Por isso devemos sempre ter em mente, que as crianças não duram para sempre, que o bebê deixará de ser bebê, se tornará adolescente, jovem e adulto, e para viver plenamente precisará sair do ninho. É difícil para os pais admitir que o bebê não exista mais, mais difícil ainda é olhar para o filho e ver nele um adulto em formação, mas é preciso ter esse olhar e acima disso, prepará-los para que possam atravessar a caminhada da infância e adolescência e construir seu papel como adultos.

Educar também é capacitar os filhos para que possam resolver seus conflitos, suas dificuldades, para que possam superar seus medos e se aventurar pelos caminhos da vida. A família é o berço onde tudo isso começa, é com a família, em especial com nossos pais, que estabelecemos nosso primeiro vínculo, é na família que aprendemos a amar, respeitar, cuidar, compartilhar, e até brigar...entre tantas coisas. E é também a família que deve nos encorajar e nos capacitar para viver a vida.
Os pais devem ser muito cuidadosos no que diz respeito a educação, pois amar não deve ser sinônimo de super proteção, aliás a super proteção sufoca a criança e mais ainda o adolescente, eles se sentem incapazes, inseguros, se tornam pouco confiantes e tendem a serem reféns de seus medos e desenvolver uma imagem distorcida de si e do que realmente são capazes. Além da super proteção, outro problema bastante evidente nas famílias modernas, é a “infantilização”, é nada mais que aqueles pais que acham que o filho de 18 anos ainda é o bebê da casa, neste caso, os pais tendem a tratar o filho como criança, esses pais tendem a super proteger o filho e impedir que ele possa ter sua independência e autonomia, sendo essas duas características fundamentais para que possamos nos tornar adultos.

Contudo, sobre o processo e os desafios de educar, é melhor que os pais se preparem no sentido de uma educação libertadora, para que possam encorajar seus filhos a buscar por seus objetivos, seus sonhos, e que nesta trajetória sintam-se capazes de enfrentar seus medos e superar as dificuldades que surgirão. Para os pais, deve ficar claro que, se for necessário, será sua tarefa mostrar aos filhos que eles devem se desprender e levantar voo.

Muitas irão perguntar: “E existem pais que conseguem ser assim?”
“Existem pais que conseguem praticar essa tal educação libertadora?”
Eu diria, não importa se existem, ou quantos são o que realmente importa é que você possa ser esse pai ou e essa mãe, e que desta forma você possa fazer a diferença, no que diz respeito a educar e prepara nossos jovens para o futuro que virá.

Todo dia temos uma nova chance, de tentar de novo, de mudar de estratégia, de se arriscar...é preciso experimentar novas formas de olhar nossas crianças e jovens e também novas formas de prepará-los para a vida.
Sempre ha tempo para aprendermos algo!


sexta-feira, 11 de abril de 2014

A Estação...



Post de hoje para refletirmos....

Escondida dentro de nós há uma visão ideal daquilo que queremos alcançar. Imagine que estamos viajando de trem. Pela janela observamos as cenas que passam, crianças acenando numa encruzilhada, alguns animais pastando num morro distante, fileiras de plantações, montanhas e colinas no horizonte, silhuetas de cidades. Mas acima de tudo, em nossa mente, está o destino final, aquilo que queremos alcançar. Imaginamos que algum dia desceremos numa estação. Ao chegar lá, nossos sonhos se realizarão e as peças de nossa vida se encaixarão, completando o quebra-cabeça. Inquietos, andamos pelo corredor do trem, contando os minutos, esperando, esperando, esperando chegar a tal estação. “Quando chegar a estação, tudo vai acontecer!”, pensamos. “Quando eu fizer 18 anos”. “Quando eu passar no vestibular”. “Quando terminar a faculdade”. “Quando eu comprar um carro”. “Quando aparecer aquela pessoa especial em minha vida”. “Quando eu me casar”. “Quando meu filho acabar a faculdade”. “Quando terminar de pagar as prestações da casa”. “Quando eu for promovido”. “Quando me aposentar”. “Quando... ai então serei feliz”.
Acontece que, mais cedo ou mais tarde, descobrimos que não existe estação, não existe lugar de chegada onde encontraremos o nosso ideal. A verdadeira alegria da vida é a própria viagem. A estação é um sonho que cada vez se afasta mais de nós e, cada vez nos afasta mais da vida, que acontece todo dia, todo instante. Quem vive preocupado com aquilo que ainda deve acontecer, esquece de perceber o que esta de fato acontecendo. Quem vive sonhando com uma vida ideal, filhos ideais, marido e esposa ideais, não consegue perceber quantas coisas ideais você já tem a sua volta, e como as pessoas ao seu redor são especiais, como elas tem qualidades além de defeitos, como a vida é legal apesar das dificuldades...
“Aproveite o momento” é um bom ditado. Não são as dificuldades de hoje que preocupam os homens; são os remorsos do passado e os medos do futuro. Remorso e medo são ladrões gêmeos que nos roubam o presente. Pare de andar para lá e para cá no corredor do trem, contando os minutos. Em vez disso, caminhe mais calmamente, tome mais sorvete, ande mais descalço, brinque mais, veja mais o pôr do sol, ria mais, chore, faça novos amigos, ame as pessoas, e se esforce para perceber nas pessoas suas qualidades, habilidades, seu potencial, afinal não são somente nossos defeitos que nos “definem”, são também nossos sonhos, nossas qualidades,  nossas habilidades, nossa coragem... A vida deve ser vivida enquanto vivemos. A estação final é incerta demais, e pertence ao futuro. Vivemos um dia de cada vez, buscando fazer nosso melhor, nos conhecendo, aceitando nossas características e nos respeitando enquanto pessoas!
Desejo a todos que possam fazer boa viagem, e que apreciem todo o trajeto do trem, que apreciem quem esta ao seu lado, quem entra no vagão e quem o deixa... Aproveitem os momentos de parada e reflita sobre suas atitudes, sobre sua forma de viver! Sempre é tempo para mudar!

E se mudar as coisas sozinho estiver sendo muito difícil, conte com a ajuda de um profissional psicólogo! Descubra mais sobre você, sua forma de ser e de viver, o que esta sendo funcional e o que pode ser melhorado!

Abraços e até breve :)

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Benefícios da Psicoterapia!


São muitos os benefícios da Psicoterapia, entre eles a possibilidade de se auto-conhecer, descobrir mais sobre você sobre sua forma de ser, de se relacionar, o que esta sendo funcional e o que pode ser melhorado afim de alcançar bem-estar e uma vida mais plena.
Além disso, é possível trabalhar questões relacionados as dificuldades em relacionamentos, dificuldades com a educação dos filhos, problemas familiares, dificuldades no ambiente de trabalho, ansiedade, estresse, medos, perdas/luto, enfim, tudo aquilo que por algum motivo lhe incomoda, pode ser trabalhado em terapia, é um momento que você vai dedicar para você mesmo, em prol do seu bem estar e qualidade de vida.

A terapia traz uma série de benefícios, quando nos conhecemos e aprendemos mais sobre nossas habilidades, potencialidades e nossa forma de ser e viver, se torna mais fácil enfrentar as questões difíceis da vida, nos sentimos mais seguros e confiantes e aprendemos que nem tudo deve ser “mudado”, algumas coisas precisam ser aceitas.

Muitas vezes é necessário dedicarmos um tempo para nós mesmos, para nos ouvirmos, para refletir sobre a nossa forma de viver e de se envolver, é preciso olhar para dentro de nós, sem julgamentos e preconceitos!, é preciso ser acolhido e respeitado!

Saiba mais sobre os benefícios, você pode deixar seu comentário ou escrever um email para:
primelopsi@gmail.com

Seu contato será muito bem vindo!

Abraços e até breve :)

segunda-feira, 31 de março de 2014

Para Refletir...

Uma boa frase para refletirmos!

"Da mesma forma que você permite que alguém te faça sorrir, é você também quem permite que lhe façam chorar. Somos responsáveis pelas nossas escolhas e também responsáveis pelo que recebemos dos outros".

As vezes faz bem parar e refletir sobre nossas condutas, nossa forma de viver! Tenho percebido que muitas pessoas se queixam pela vida que levam, ou pelas dificuldades em seus relacionamentos, tanto no trabalho, quanto com amigos, família....Muitas vezes nossas expectativas nos cegam, só enxergamos o que desejamos no outro e não paramos para pensar sobre o que ele pode de fato nos oferecer. Desejamos demais e sofremos com isso. Colocamos na mão dos outros a responsabilidade pela nossa felicidade e bem estar, sendo que ninguém além de nós mesmos pode viver nossa vida e caminhar no sentido para alcançar uma vida plena.
É angustiante esperar pelo outro, devemos nós mesmos dar nossos próprios passos, muitas vezes se arriscando, mas sempre experimentando as possibilidades de se viver!

O que estamos nos permitindo viver e sentir, e quão responsáveis estamos sendo pelas nossas escolhas?

Um dos benefícios da terapia é trabalhar essas questões, você que deseja saber mais sobre os benefícios da terapia, sinta-se a vontade para questionar, se preferir você pode enviar um email para: primelopsi@gmail.com

Abraço e Até breve :)

segunda-feira, 24 de março de 2014

Eu e meus "eus"

É fato que ninguém é igual a ninguém, e nem poderíamos ser, cada um tem uma educação, cultura, valores, crenças e assim construímos nossa subjetividade de forma diferente uns dos outros. Como já mencionei aqui no blog, somos únicos, apesar de encontrar alguma semelhança entre os amigos e família, sempre ha algo que nos difere, é nessa diferença que esta o nosso "eu".
Somos mais do que diferentes uns dos outros, somos diferentes em nós mesmos. É como se fossemos vários "eus" dentro de uma pessoa só. Veja bem, somos uma pessoa quando estamos com amigos, outra quando estamos no trabalho, outra quando estudamos e assim nos comportamos de forma diferente e  única nas mais diversas relações sociais.
O que acontece é que, desempenhamos vários papéis e em cada um deles nos comportamos de forma diferente, porque em cada um deles construímos uma relação com o campo e com as pessoas de forma singular. Além disso, passamos a vida experimentando as fases e em cada uma delas somos diferentes, afinal, não somos com 50 anos iguais fomos aos 15 anos, as experiências e vivências vão nos lapidando, vão nos transformando. Esse é o processo da vida, a cada experiência algo fica em nós, alguma lembrança ou aprendizado. Não permanecemos os mesmos, estamos sempre num processo de mudança, de adaptação.

Mesmo com o passar do tempo, nunca deixamos de conhecer um novo eu dentro de nós. Quem sai de um longo relacionamento, por exemplo, um casamento de 30 anos, descobre um novo eu na sua experiência de estar sozinha/o ou na experiência de se envolver com um novo alguém. Quando saímos da universidade, após longos 3, 4 ou 6 anos, deixamos de ser acadêmicos, não desempenhamos mais este papel, no entanto desempenhamos um novo papel, no mercado de trabalho talvez...não paramos de nos surpreender com os "eus" que nos constituem e, o fato de sermos diferentes uns dos outros não traduz que ninguém é melhor que ninguém, devemos reconhecer as diferenças, e mais do que isso, para lidar com as diferenças entre  "eu e o outro" é preciso enfrentar nossas próprias diferenças e acolhe-las de forma a dar um lugar pra elas, não conseguiremos compreender, respeitar e aceitar o outro e suas diferenças, se primeiramente não fizermos isso com nós mesmos.
Nesse sentido, também é preciso acolher a criança que ainda vive em nós, assim como acolher o adolescente que também vive em nós, muitas vezes é preciso ouvir o que "eles" tem a nos dizer, afinal, eles fazem parte da nossa história, do nosso ser.

Esta é uma forma de refletir  e buscar compreender as diferenças, existem outros meios de olharmos para estas, que não utilize de julgamento, mas sim de reconhecimento e acolhimento!

Boa Reflexão!



quarta-feira, 12 de março de 2014

Solidão a Dois!



Boa Tarde Leitores!

Estou aqui hoje para compartilhar com vocês uma matéria que li em uma revista e achei muito interessante!
Trata-se de uma matéria que fala sobre relacionamento, mais especificamente, quando esta na hora de tomar algumas decisões e mudar aquilo que já não nos agrada mais. Afinal, uma relação sem troca, sem intimidade, sem diálogo...o que nos leva a permanecer mesmo descontente?!

"Ana era uma mulher à moda antiga. Tinha se formado em um bom colégio, local onde conhece Antônio. E desde o casamento deles, ha 30 anos, aprendeu a se dedicar inteiramente à casa e família. Teve três filhos e construiu uma vida estável com o conforto sonhado na juventude. Seus filhos já estavam encaminhados, trabalhando e morando em suas próprias casas. Dede a saída do caçula, o ninho do casal ficou vazio e, a partir desse dia , a rotina pertencia só aos dois. Foi aí que a convivência ficou cada dia mais insuportável.
Ana e Antônio estavam acostumados um com o outro, tinham uma boa relação e se respeitavam, mas o silêncio passou a fazer parte desta relação e estava presente em todas as refeições. Ele chegava do trabalho, li jornais e via programas na tv. Ela passava o tempo pensando nos afazeres do dia seguinte, inventando receitas e assistindo a filmes. A noite cada um dormia em seu quarto, o ronco do marido e as dores nas costas da esposa deram uma explicação racional para tomarem essa decisão.
A vida conjugal era cada vez mais engolida pela rotina e pela apatia que consomem logos casamentos, sendo essa apenas uma das formas de viver o casamento, a relação!
Além do problema do casamento, outra questão deprimia Ana: não se sentia mais bonita e atraente. Sabia que tinha sido uma linda mulher, mas não se reconhecia mais como tal. Ainda alimentava alguma autoestima, mas como uma mulher tradicional e a moda antiga, acreditava que sensualidade e beleza tinha prazo de validade, e o prazo dela definitivamente vencera. Seu marido não a elogiava mais, e ela ficava tentando lembrar quando havia sido a ultima vez que se abraçaram, se tocaram, se beijaram. A imagem que lhe vinha estava muito distante, fazia muito tempo. Ana começou a perceber que nada mais a unia aquele homem, seu marido. Encorajou-se e decidiu pela separação.
Antônio ficou um tanto atordoado e não entendeu a atitude da mulher, ele tinha medo de envelhecer sozinho, precisava dos cuidados da mulher e talvez até do silêncio que aos poucos matou a relação. O que ele não havia notado, é que de fato eles já estavam sozinhos ha tempos, estavam desconectados, distantes...
Após ter tomado a decisão, Ana resolveu montar uma pequena empresa de culinária, tendo e vista que este era um dos lazeres e prazeres dela. Com esta nova atividade, conheceu pessoas diferentes, fez novas amizades e estava engajada e feliz com sua nova e ousada forma de viver. Voltou a se cuidar, frequentava salão e beleza, cuidava do corpo e da mente e, passou a se identificar novamente como uma mulher bonita e sensual, se olhava no espelho e pensava: "sou uma mulher bonita e estou lutando pela minha felicidade".
Antônio sentia falta da então ex-mulher em sua vida, e resolveu reconquista-la. Não foi fácil, mas depois de algumas tentativas Ana deu uma nova chance para ele, voltaram a namorar, cada um em sua casa. Quando estão juntos, o momento é dos dois, é único, conversam sobre mitas coisas e trocam mitas idéias.
Hoje Ana sabe direitinho quando foi a última vez que se tocaram, ou se beijaram e até sobre o que conversaram...."
FONTE: Revista W STUDIO edição 30 - Por Luciana Cardoso.


Bem, esta ai uma bela história para refletirmos sobre nossas atitudes em nosso relacionamento e também sobre a forma como estamos vivendo nosso relacionamento. Nós somos responsáveis pelo silêncio que construímos, pelos muros que construímos em nossas relações. Mas sempre ha chance para mudar, podemos transformar o silêncio em diálogo, em momentos prazerosos! E você, tem pensado em que relação você esta construindo com quem você ama?!

A terapia pode trazer muitos benefícios para o casal, além da possibilidade de se conhecer também é possível dialogar sobre as diferenças e perfil de cada um, buscando assim facilitar o dialogo e a experiencia de viver uma relação a dois!

Boa Leitura a todos!
Até breve :)




quinta-feira, 6 de março de 2014

Os Desafios da Educação!

"Eu não consigo impor limite"
"Meu filho não respeita as regras"
"Meu filho não come nada"
"Meu filho não sai do computador"
"Eu passo horas tentando fazer ele estudar"
"Nem sempre consigo ir nas reuniões da Escola"
"Meu filho passa o dia trancado no quarto"
"Ele não quer conversar..."
"Ele não aceita o não"


Essas e outras tantas são as queixas de alguns pais que convivem com os desafios da educação. Ser mãe e ser pai não é tarefa fácil, pois é preciso dar aos pequenos muito mais que amor, é preciso encorajá-los para a vida, é preciso ensinar valores e crenças já existentes, é preciso prepara-los e em algum momento deixá-los voar, trilhar seu próprio caminho!

Frequentemente recebo em meu consultório pais preocupados e aflitos com as questões relacionadas a educação e relacionamento familiar. Nestes casos, procuro sempre fazer um trabalho com a família, atendendo tanto os pais quanto as crianças. Buscando compreender a vida desta família, sua rotina, a comunicação entre os integrantes, as formas de diversão, de educação, entre outras.
É um trabalho muito bacana, pois ouvir cada integrante da família  proporciona uma compreensão ampla sobre o funcionamento desse grupo que é a família. É possível compreender as expectativas e fantasias de pais e filhos, e claro, também compreender as frustrações resultantes deste processo de fantasiar e idealizar.

É difícil para pais aceitarem o fato de que os filhos não precisam concretizar seus sonhos, não precisam ser modelos exemplares e nem tão pouco atender a todos os desejos dos pais, apesar de crianças ou jovens, os "pequenos" também possuem suas vontades, seus planos, cada um com sua personalidade!
E também é difícil para os pequenos não atender aos desejos dos pais, não ser o filho modelo, não atender as fantasias e expectativas dos pais, sentem culpa por isso, e assim surge uma série de situações mal resolvidas e também sofrimento.

Outra queixa frequente dos pais é a de que os filhos não respeitam as regras ou limites, eu como psicologa sempre procuro ir pelo caminho da "investigação", quais são essas regras/limites? , para que servem? , como elas são comunicadas dentro de casa? , entre outras...através destes questionamentos é possível compreender como é a dinâmica da família e até mesmo o que estas regras representam para os pais e porque devem ser transferidas para os filhos.

Outra situação é que filhos adolescentes tem levado muitos pais a buscar terapia, e na maioria dos casos não buscam para eles, os pais, mas sim para os filhos que estão passando por esta fase da vida. Uma fase que por sinal é uma fase de descobertas, de inauguração, de medos, inseguranças...O adolescente sofre com toda tensão envolvida nesse processo, e quando ele é rotulado dentro de casa ou na escola, se torna ainda mais difícil para ele a convivência nestes ambientes. Vamos lembrar que adolescente não precisa ser sinônimo de "aborrecente", mesmo porque nenhum adolescente esta o tempo todo "aborrecido", assim como nenhum adulto esta o tempo todo estressado. São rótulos desnecessários e que podem tornar a vida em família tensa e desengradável.

Com tudo, uma das maiores dificuldades que venho observando é a dificuldade em se comunicar, em ter uma conversa construtiva e saudável para o funcionamento da família. Ou as pessoas não tem tempo, ou evitam falar sobre as coisas que lhe incomodam, apesar de que as duas coisas soam iguais para mim...Existe também o medo de não ser aceito, de ser criticado, julgado...e assim cada vez mais o diálogo se torna escasso e acaba trazendo prejuízos para a convivência entre os membros da família. é muito legal quando se pode falar o que pensa, e também quando podemos ouvir sem julgamentos, compreendendo o que outro sente e como ele pensa.

É importante o diálogo e sobretudo é preciso respeitar o jeito de cada um ser, o jeito de cada um viver, a fase da vida em que cada um se encontra. Muitas vezes em terapia, o psicologo faz o trabalho de mediador deste diálogo, dando assim a oportunidade de cada um se manisfestar, falando do que gostam ou não, de seus planos, de seus medos, enfim....Esta ai mais um beneficio da terapia, que pode auxiliar e muito na convivência familiar.

Um Abraço e até mais :)