segunda-feira, 7 de julho de 2014

Felicidade a Qualquer Preço

Bem, o título do post de hoje indica que estamos falando de uma sociedade que não mede esforços para ser feliz. E o que é essa tal felicidade, tão desejada? Onde ela esta? Como ela é? A sentimos, compramos, emprestamos??

São tantos questionamentos, e sem dúvida assim como eles, o desejo de ser feliz faz parte da vida de muitos. A felicidade no mundo contemporâneo em que vivemos, tornou-se um ideal, de forma geral, todos buscam por este ideal. E neste cenário onde a felicidade e qualidade de vida ganham cada vez mais enfase, a medicação também esta em foco, é um dos recursos mais utilizados pela população para alcançar bem estar, qualidade de vida, em outras palavras: felicidade. O consumo de medicações como Rivotril (lê-se tranquilizante/calmante de maior indicação para casos de ansiedades/pânico...), tem se destacado, e respondem à crença da conquista da felicidade através da medicação, como muitos diriam: "A se tivéssemos a pilula da felicidade...". Infelizmente, no que diz respeito a medicação, o Brasil é um dos dez maiores mercados de antidepressivos do mundo. A população consumiu no ano de 2008, mais de 24 milhões de "pilula da felicidade". Este número assustador e preocupante  não para de crescer, mas será que a felicidade se alcança através do consumo de antidepressivos, calmantes...?
Tenho percebido, que vivemos numa sociedade que valoriza tanto a  felicidade e que de forma geral não aceita o sofrimento, não aceita o que é estranho de se sentir, o que não é nomeado pela ciência... Quando nos sentimos mal, angustiados, tristes, ou mesmo ansiosos e estressados, procuramos logo por recursos, não nos permitimos sentir o que não é bom, e queremos sem dúvida nomear o que sentimos, um diagnóstico cai muito bem nesses casos, não é?!

Penso que não devemos nos acomodar com o sofrimento, com as angústias e questões mal resolvidas da nossa vida, mas também não precisamos nos apressar em busca da "cura", muitas vezes os sentimentos indesejáveis que nos causam sofrimento também nos ensinam algo. E sobre os recursos, penso que são tantos os possíveis antes de recorremos a dependência medicamentosa, ou exclusivamente medicamentosa.
A psicoterapia, por exemplo, sempre cai bem, tem papel importantíssimo para aqueles que desejam  ser felizes! E sobre a felicidade x psicoterapia, penso  que não é papel do psicólogo dar respostas ou se encarregar pela felicidade do paciente, mas acompanhar o paciente nesse processo de busca e questionamentos, mesmo porque, não existe uma regra ou uma receita válida para todos, o homem deve descobrir por si só aquilo que lhe satisfaz, ao psicólogo cabe auxiliar o paciente na descoberta de sua singularidade, e consequentemente descobrir o que lhe faz feliz, é uma longa caminhada, cheia de surpresas e desafios, nem sempre o que descobrimos sobre nós mesmos nos agrada, mas é preciso se conhecer, e também conhecer que recursos temos a nosso favor, sempre buscando nos aceitar, baseando-se no respeito e compreensão de nossa singularidade.

E você leitor, deve estar se perguntando, mas ela não vai responder aos questionamentos do inicio deste post, sobre felicidade?
Não. Porque a resposta desses questionamentos é algo que cada leitor vai responder a sua maneira, considerando a sua singularidade. E sobre a felicidade, como já mencionei, não existe regras, receitas, pilula, livro....É você, o que vai construir!









Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem vindo!!

Contribua com sua crítica, sugestões, reflexões!
Seu comentário será bem vindo!