sexta-feira, 23 de maio de 2014

Transtorno de Ansiedade de Separação


                            

Um número preocupante de queixas por parte dos pais provem das dificuldades que enfrentam para que os filhos queiram ficar na escola sem problemas. Pais e professores se perguntam, o que ha de errado em vir pra escola e permanecer nela?! O que tem nessa escola??

Eu diria, na verdade não é o que tem, e sim o que NÃO TEM, o que NÃO ESTA LÁ...(na escola)

É esperado que a criança sinta alguma insegurança ou medo quando se separa da mãe ou de outra pessoa que possa representar para ela uma figura de segurança, com quem tenha vínculo afetivo. No entanto, para algumas crianças essa experiência representa um sofrimento intenso e bastante significativo, que pode trazer prejuízos importantes para seu desenvolvimento. Esses casos fazem parte de um quadro chamado Transtorno de Ansiedade de Separação, onde crianças não conseguem ficar separadas dessa pessoa com quem possuem "especial"  vínculo afetivo, na maior parte dos casos essa pessoa é a mãe.

Para quem não sabe ao certo o que significa Transtorno de Ansiedade de Separação, procuro neste post de hoje apresentar informações que possam ser esclarecedoras e também que possam desmistificar um pouco as fantasias e crenças equivocadas que construímos acerca deste Transtorno. O objetivo não é preparar você leitor para fazer um diagnóstico e nem tão pouco, que acreditem que tudo é um transtorno. Acredito que um diagnóstico não deve ser um rótulo e nem tão pouco deve  ser o foco exclusivo do tratamento/terapia, a de se pensar para além do diagnóstico, por exemplo: O que faremos com isso?!
Gosto sempre de frisar que, para qualquer que seja o transtorno, este somente pode ser diagnosticado por profissionais (médico ou psicólogos), e devemos sempre levar em consideração o tempo e frequência dos sintomas, bem como o grau de sofrimento e prejuízos que sofre o individuo.

A característica essencial do Transtorno de Ansiedade de Separação consiste numa ansiedade excessiva envolvendo o afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação. Esta ansiedade esta além daquela esperada para o nível de desenvolvimento do individuo. Em alguns casos, os indivíduos/crianças sentem saudade extrema e chegam a sentir-se enfermos, devido ao desconforto ocasionado pelo afastamento de casa. As crianças alimentam pensamentos de que algo ruim pode acontecer com quem amam enquanto estão longe dessas pessoas ou longe de casa...Também expressam certo medo de se perderem e jamais rever os pais, medo de serem abandonadas. De um forma geral, essas crianças evitam estar longe de casa ou das pessoas que amam, relutam e recusam-se a comparecer na escola, visto que este é um lugar que exige que a criança permaneça longe de casa por um tempo considerável. Ha também a dificuldade em dormir sozinhos, precisam de alguém que permaneça ao seu lado até adormecerem.Os pesadelos podem se tornar frequentes, e além disso tudo, a criança pode apresentar queixas somáticas, ou seja, vômitos, febre, diarreia, dores, sem causa médica especifica.

Este transtorno pode vir a se desenvolver após alguma situação estressora vivida pela criança, por exemplo: morte de um familiar ou animal de estimação, doença de algum familiar, mudanças de bairro, escola...
É um transtorno mais específico da infância, e só deve ser diagnosticado até os 18 anos. Em geral, adolescentes e adultos atendem melhor aos critérios de Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno de Panico, Fobia Social....

Tanto o medo como ansiedade excessivos interferem na interação social da criança, prejudicando seu convívio com os colegas. A falta de socialização e a dependência dos pais são fatores que contribuem para a imaturidade da criança, não só na infância, mas também em sua futura idade adulta. A queda do rendimento escolar também é uma conseqüência bastante observada. Por isso, quando pais e professores percebem comportamentos semelhantes aos mencionados, é preciso que procurem ajuda especializada, e evitar que o tratamento seja tardio, afim de evitar que futuramente essa criança venha a desenvolver outros transtornos de ansiedade, principalmente o Transtorno de Pânico, visto que o Transtorno de Ansiedade de Separação pode ser um fator de predisposição.

De forma geral, nestes casos, como parte do tratamento acho muito válido estimular a autonomia e a independência desta criança e sem dúvida trabalhar a dinâmica familiar, afim de preparar os pais ara encorajar esta criança.

Em breve quero escrever sobre educação superprotetora e sua relação com transtornos de ansiedade em geral.

Espero que possam fazer boa leitura!
Até breve!

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