"Eu não consigo impor limite"
"Meu filho não respeita as regras"
"Meu filho não come nada"
"Meu filho não sai do computador"
"Eu passo horas tentando fazer ele estudar"
"Nem sempre consigo ir nas reuniões da Escola"
"Meu filho passa o dia trancado no quarto"
"Ele não quer conversar..."
"Ele não aceita o não"
Essas e outras tantas são as queixas de alguns pais que convivem com os desafios da educação. Ser mãe e ser pai não é tarefa fácil, pois é preciso dar aos pequenos muito mais que amor, é preciso encorajá-los para a vida, é preciso ensinar valores e crenças já existentes, é preciso prepara-los e em algum momento deixá-los voar, trilhar seu próprio caminho!
Frequentemente recebo em meu consultório pais preocupados e aflitos com as questões relacionadas a educação e relacionamento familiar. Nestes casos, procuro sempre fazer um trabalho com a família, atendendo tanto os pais quanto as crianças. Buscando compreender a vida desta família, sua rotina, a comunicação entre os integrantes, as formas de diversão, de educação, entre outras.
É um trabalho muito bacana, pois ouvir cada integrante da família proporciona uma compreensão ampla sobre o funcionamento desse grupo que é a família. É possível compreender as expectativas e fantasias de pais e filhos, e claro, também compreender as frustrações resultantes deste processo de fantasiar e idealizar.
É difícil para pais aceitarem o fato de que os filhos não precisam concretizar seus sonhos, não precisam ser modelos exemplares e nem tão pouco atender a todos os desejos dos pais, apesar de crianças ou jovens, os "pequenos" também possuem suas vontades, seus planos, cada um com sua personalidade!
E também é difícil para os pequenos não atender aos desejos dos pais, não ser o filho modelo, não atender as fantasias e expectativas dos pais, sentem culpa por isso, e assim surge uma série de situações mal resolvidas e também sofrimento.
Outra queixa frequente dos pais é a de que os filhos não respeitam as regras ou limites, eu como psicologa sempre procuro ir pelo caminho da "investigação", quais são essas regras/limites? , para que servem? , como elas são comunicadas dentro de casa? , entre outras...através destes questionamentos é possível compreender como é a dinâmica da família e até mesmo o que estas regras representam para os pais e porque devem ser transferidas para os filhos.
Outra situação é que filhos adolescentes tem levado muitos pais a buscar terapia, e na maioria dos casos não buscam para eles, os pais, mas sim para os filhos que estão passando por esta fase da vida. Uma fase que por sinal é uma fase de descobertas, de inauguração, de medos, inseguranças...O adolescente sofre com toda tensão envolvida nesse processo, e quando ele é rotulado dentro de casa ou na escola, se torna ainda mais difícil para ele a convivência nestes ambientes. Vamos lembrar que adolescente não precisa ser sinônimo de "aborrecente", mesmo porque nenhum adolescente esta o tempo todo "aborrecido", assim como nenhum adulto esta o tempo todo estressado. São rótulos desnecessários e que podem tornar a vida em família tensa e desengradável.
Com tudo, uma das maiores dificuldades que venho observando é a dificuldade em se comunicar, em ter uma conversa construtiva e saudável para o funcionamento da família. Ou as pessoas não tem tempo, ou evitam falar sobre as coisas que lhe incomodam, apesar de que as duas coisas soam iguais para mim...Existe também o medo de não ser aceito, de ser criticado, julgado...e assim cada vez mais o diálogo se torna escasso e acaba trazendo prejuízos para a convivência entre os membros da família. é muito legal quando se pode falar o que pensa, e também quando podemos ouvir sem julgamentos, compreendendo o que outro sente e como ele pensa.
É importante o diálogo e sobretudo é preciso respeitar o jeito de cada um ser, o jeito de cada um viver, a fase da vida em que cada um se encontra. Muitas vezes em terapia, o psicologo faz o trabalho de mediador deste diálogo, dando assim a oportunidade de cada um se manisfestar, falando do que gostam ou não, de seus planos, de seus medos, enfim....Esta ai mais um beneficio da terapia, que pode auxiliar e muito na convivência familiar.
Um Abraço e até mais :)
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