sábado, 30 de agosto de 2014

Dia do Psicólogo


No último dia 27, comemoramos uma data especial para os profissionais da Psicologia....o Dia do Psicólogo (a)! E eu não poderia deixar de escrever sobre a minha profissão neste blog sobre psicologia né :)

No que consiste o fazer do Psicólogo?
O que faz este profissional?
Onde ele atua, a quem atende?

Com pouco mais de 50 anos de Psicologia no Brasil, esta profissão ainda provoca na sociedade muitas dúvidas, e os velhos mitos acerca do fazer deste profissional  infelizmente  ainda habitam o imaginário de muitos, você certamente já deve ter ouvido alguém falar, que Psicólogo é coisa pra louco ou que é um conselheiro, um adivinha, que avaliam as pessoas só no olhas

Me lembro como se fosse hoje que uma das primeiras lições da faculdade, foi justamente descrever sobre o que  pensávamos sobre a profissão, o que faria um psicólogo....E as respostas predominantes, adivinhem....AJUDAM AS PESSOAS....Bem, isso rendeu na turma uma tremenda e deliciosa discussão, onde pudemos refletir sobre os reais fazeres do profissional da psicologia.

Bem, para poder explicar de forma justa e coerente, para que vocês leitores possam compreender o que faz um psicólogo, optei por destacar alguns pontos que considero importante: a Psicologia não é uma só, você sabia que o psicólogo atua de acordo com alguma abordagem que por algum motivo resolveu se especializar?! Sim, por isso a Psicologia não é uma só...ela é uma ciência que de forma geral dedica-se ao estudo do comportamento humano e dos fenômenos da sociedade . No entanto, existem diversos formas de compreender tais fenômenos ou comportamentos, essas formas são conhecidas como abordagens ou teorias, cada uma possui pressupostos filosóficos diferentes, assim como uma visão de homem e de mundo. Considerando isso, cabe aos profissionais optar por ma das abordagens e especializar-se, assim ele irá atender a sua clientela baseado nos pressupostos e ideais da abordagem/teoria que segue. 
Além das abordagens o profissional da psicologia pode optar por um "público" que deseja atender, respeitando seu perfil enquanto profissional, e permitindo-se trabalhar com o publico que possui maior afinidade e/ou habilidade...Então, podemos optar por trabalhar com crianças, adultos, adolescentes....até mesmos, casais, grupos e famílias...Existem especialidade para todos esses segmentos!
Bem, as escolhas não param por ai, além de escolher uma abordagem e público, podemos optar por uma área que nos desperte maior interesse, podendo ser: hospitalar, educacional, clínica, organizacional, políticas públicas (CAPS, NASF...), entre outras.

De forma geral, indiferente das abordagens, público ou área, penso que nos dedicamos para a escuta do sofrimento do outro, acolhendo esse sofrimento, e dando lugar para as diferenças e  singularidades, nos dedicamos também à encontrar caminhos e recursos que possam destacar as habilidades e potencialidades de cada pessoa, nos dedicamos a auxiliar o outro no processo de autoconhecimento, de consciência sobre aquilo que ele é, junto com o paciente procuramos formas de mudar aquilo que é disfuncional, que faz sofrer, aquilo que de forma geral, impeça as pessoas de serem plenamente atuantes em sua trajetória de vida Para aqueles que estão aflitos e carregado de emoções mal resolvidas, acolhemos, questionamos, somos curiosos, se a boca não fala o corpo fala e ai estamos atentos, captamos.
Ao contrário do que muitos pensam, não nos encarregamos da responsabilidade de fazer as pessoas felizes, são elas mesmas que fazem isso, quando caminham no sentido de se auto conhecer, de se descobrir. Não nos cabe dar respostas completas sobre como ser feliz, bem resolvido, apenas acompanhamos as pessoas nessa busca. Não atribuímos significados, rótulos ou determinamos quem você é e por que é....Você se descobre.

E todo esse processo que acontece na terapia, e cabe ao psicólogo acompanhar e coordenar, é permeado por técnicas e teorias, certamente apoiadas em alguma abordagem/teoria e claro, em nosso código de ética, onde me chama atenção dois parágrafos que eu gostaria de compartilhar para encerrar este post: 

I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

II. O psicologo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão. 

Extraído do Código de Ética Profissional do Psicólogo  - Agosto 2005.

Bem, penso que com estas informações vocês leitores possam fazer melhor compreensão sobre essa profissão tão fantástica que eu escolhi e amo demais!





domingo, 24 de agosto de 2014

Parábola: De quem é o presente?!

Da série parábolas (risos), aqui estou eu postando mais uma parábola que gosto bastante!

Desejo que façam boa leitura e  reflexão!

De Quem é o Presente?

Perto de Tóquio vivia um grande samurai já  idoso que se dedicava a ensinar o que sabia aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.  Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais.  Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.  No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato do mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: 
- Como o senhor, nosso mestre, pode suportar tantos insultos e ofensas? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre calmamente - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir...


Refletindo sobre essa parábola, pensei e conclui, que desta forma, não somos vitimas das ofensas e dos insultos que nos são cometidos, somos responsáveis por aceita-los ou não. Nenhum de nós pode ser insultado ou agredido, mais de uma vez sem permissão. Nós é quem decidimos se aceitamos e permitimos os "presentes"que nos são entregues. Já parou para refletir sobre o que você tem aceitado e permitindo?!

Até a próxima!
Ótima semana a todos :)
 

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

E se me Julgarem? E se eu não agradar?

Olá queridos leitores!

Aqui estou novamente com minhas reflexões. E no post de hoje escrevo um pouquinho sobre a qualidade de nossas relações interpessoais, então vamos lá :)

Estive acompanhando e analisando as visitas aqui do blog, coisas do tipo: quantos acessos por dia, por mês, de onde vêem essas visitas, e quais as matérias mais visualizadas, foi justamente ai que algo me chamou atenção.

Uma das matérias mais visualizadas tem como título: "Como você se vê e como os outros te vêem", este post trata sobre as diferentes formas de percebermos as pessoas, as coisas, o mundo. De forma geral, a maneira como você se caracteriza pode ser diferente da maneira que os outros te caracterizam, um exemplo, você pode se considerar dedicado, empenhado no que faz, e fazer de tudo para que os outros também pensem assim sobre você, mas não é bem assim que os colegas de trabalho ou a família te vê... Aí bate aquela desmotivação, tristeza, cansaço...
Bem, percebi que este post estava em destaque nas visualizações e então, num momento de reflexão sobre a prática clínica e todas as vivências que tenho estabelecido, pensei: "as pessoas estão muito preocupadas com o que os outros vão pensar sobre elas, sobre o que vão dizer, como vão julgar, se vão aceitar, recriminar, enfim... Vivemos alienados ao outro, na tentativa de agradar, surpreender e outras tantas coisas".

Penso que para viver em grupo, assim como vivemos em nossa sociedade (trabalho, escola, família), essa preocupação das pessoas tem algum sentido, afinal para viver em grupo, primeiramente devemos "ser aceitos", obedecer às regras e como diz o ditado, "dançar conforme a música". Mas por outro lado, percebo o quão cansativo e triste é, aquela pessoa que faz todo um investimento emocional e dedica-se em agradar os demais, muitas vezes fazendo algo que vai contra sua vontade ou valores, mas faz pela aceitação e para evitar julgamentos, ou as indesejáveis fofocas. E também há aqueles que tentam “dar conta de tudo”, para não dar margem aos julgamentos e dizeres alheios. Como estamos lidando com as pessoas? Sabemos expor nosso ponto de vista, nosso limite, nossas sugestões, críticas, atribuir um feedback??
Bem, fiquei a refletir, até quando essa forma de viver e conviver irá se manter não se sabe, cada um tem um tempo, um ritmo, e quando estamos na zona de conforto, qualquer mudança pode soar como algo terrível, mas penso que para muitos é possível que chegue uma hora em que se deseje ser quem de fato você é, sem preocupar-se com os demais. É mais confortável ser você mesmo, é o melhor papel que podemos desempenhar no palco da vida. É preciso sair da zona de conforto, e para algumas pessoas é uma tarefa difícil expressar o que se pensa, elogiar, criticar, e também o fato de descobrir-se, conhecer quem somos, como somos e aprender a lidar com isso. É uma tarefa desafiadora, mas vale a pena. Lembrando que este é um dos papéis fundamentais da terapia, permitir que você se descubra, e com isso possa viver de forma mais harmoniosa, fazendo uso do seu potencial, e aprimorando suas habilidades, inclusive as habilidades sociais que se referem de forma geral ao nosso desempenho ao se comunicar, além disso, a terapia pode auxiliar no processo de descobrir novas formas de viver e se relacionar... Sim, tudo isso é possível!

Experimente Terapia :)



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Oração da Gestalt

Como já devo ter mencionado aqui no blog, minha orientação teórica é Gestalt Terapia, esta é a abordagem que embasa e norteia meu trabalho, no post de hoje quero dividir um poema bem legal com vocês leitores.

“Oração da Gestalt”, trata-se de um pequeno poema escrito por Frederick Perls, percursor da Gestalt Terapia, o poema é considerado uma síntese da sua visão sobre as relações interpessoais.
Muitos fazem a leitura e concluem que ha um individualismo exacerbado cultuado no poema, uma enfase no "eu", mas se nosso "eu" não estiver bem resolvido, em harmonia com aquilo que de fato somos, acreditamos, desejamos...que relacionamento será pleno?  E mais, o poema também chama a atenção para as expectativas que lançamos sobre o outro e as relações que mantemos. Essas expectativas (aiaiai), temos que ter muito cuidado, pois elas nos cegam,  vimos nos outros apenas aquilo que gostaríamos que ele fosse, e não de fato o que ele é. Assim parece que somente percebemos os "defeitos", aquilo que o outro deveria ser, dizer, sentir....e por ai vai, esquecemos que nós somos os únicos responsáveis por nossos desejos e ninguém tem obrigação de realiza-los. Além disso, nossas expectativas vão se tornando exigências, passamos a cobrar mais e desejar muito, isso pode sufocar qualquer relacionamento.

Penso que a interpretação e a compreensão é algo que passa pela nossa subjetividade, portanto, cada um terá a sua. Gostaria de compartilhar aqui este poema e permitir que façam suas reflexões acerca das relações que têm mantido e o que pensam sobre elas.

O poema, ou oração, como muitos chamam, é mais ou menos assim:



E ai, o que você achou??!!


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Parábola: O sábio e o Passarinho


No post de hoje, quero compartilhar mais uma parábola  que no permite refletir...Espero que possam fazer boa leitura, e que de alguma forma esse conto possa despertar algo em vocês leitores!

Lá vai...

Em uma vila da Grécia, vivia um sábio que era famoso por saber sempre a resposta para todas as perguntas que fossem feitas.

Um dia, um jovem adolescente, conversando com um amigo, disse: “Eu acho que sei como enganar o sábio. Vou pegar um passarinho e o levarei escondido em minhas mãos até o sábio. Então, perguntarei a ele se o passarinho está vivo ou morto. Se ele disser que está vivo, espremo o passarinho, mato-o e deixo-o cair no chão,  mas se ele disser que está morto, abro a mão e o deixo voar”. Assim explicou o jovem, entusiasmado com a possibilidade de enganar o o sábio, e por hora, ter a verdade em suas mãos!

Assim, o jovem chegou perto do sábio e fez a pergunta: “Sábio, o passarinho em minha mão está vivo ou morto?”

O sábio olhou para o rapaz e disse: “Meu jovem, a resposta está em suas mãos!".

Simples assim...E quantos de nós já se debruçou em livros de auto ajuda, já tentou o conselho dos amigos, as lições de filmes,  ou alguma receita que encontramos por ai, mas saímos frustrados destes experimentos pois os resultados não são bem o que esperávamos...as respostas não estão prontas em algum lugar esperando por nós....elas estão em nós, são construção nossa! Como é bom, satisfatório quando vejo as pessoas construindo suas respostas, descobrindo suas habilidades, seu potencial, suas limitações, e desta forma convivendo em harmonia, com relações saudáveis e vivências enriquecedoras!

Forte Abraço e até a próxima :)