quarta-feira, 28 de maio de 2014

Estamos preparados para lidar com a nova geração de jovens?!

"Falta de Limite"
"Desmotivação"
"Desobediência às regras"
"Descaso com os estudos"
"Medos e Ansiedades"

Mais recentemente, essas queixas referente a comportamento de crianças e adolescentes, por parte de pais e professores, tem ganhado força. Sem dúvida todas elas fazem parte da problemática desafiadora que envolve o processo de educar, e mais além disso o movimento de viver!

Acredito que tanto as famílias, quanto as escolas, precisam se reinventar e de alguma forma adaptar-se para poder acolher e conviver com essa nova geração de crianças e adolescentes. Isso não significa que devemos nos render e aceitar tudo, mas sim estar aberto para ouvi-los e dar voz a eles, permitindo que eles possam viver essa fase da vida da melhor maneira, amenizando conflitos e permitindo uma convivência mais harmoniosa.
Tenho pensado que nós enquanto adultos, podemos estar sendo exigentes demais com nossos jovens, queremos que nossas regras e limites sejam obedecidos, queremos que filhos e alunos contemplem nossas expectativas e que suas atitudes sejam de acordo com nossos desejos, com aquilo que julgamos certo e melhor.

Sera que estamos ouvindo o que eles tem a dizer? Ou não temos tempo para isso? Ou será que acreditamos que eles não tem nada a nos ensinar?
Estamos nós, enquanto família e escola, dando voz a seus medos, anseios e angustias?

Ou será que estamos vivendo na tentativa de encaixa-los num padrão de comportamento exemplar, desempenho social e escolar nota 10? ...Desta forma sufocando-os em meio a nossos desejos e exigências!
Precisamos dedicar alguns minutos para esta reflexão, sobre o que esperamos desta geração, sobre nossas exigências, nossas expectativas, que convivência estamos construindo e, nesse processo d educar refletir sobre nossos erros  acertos.



sexta-feira, 23 de maio de 2014

Transtorno de Ansiedade de Separação


                            

Um número preocupante de queixas por parte dos pais provem das dificuldades que enfrentam para que os filhos queiram ficar na escola sem problemas. Pais e professores se perguntam, o que ha de errado em vir pra escola e permanecer nela?! O que tem nessa escola??

Eu diria, na verdade não é o que tem, e sim o que NÃO TEM, o que NÃO ESTA LÁ...(na escola)

É esperado que a criança sinta alguma insegurança ou medo quando se separa da mãe ou de outra pessoa que possa representar para ela uma figura de segurança, com quem tenha vínculo afetivo. No entanto, para algumas crianças essa experiência representa um sofrimento intenso e bastante significativo, que pode trazer prejuízos importantes para seu desenvolvimento. Esses casos fazem parte de um quadro chamado Transtorno de Ansiedade de Separação, onde crianças não conseguem ficar separadas dessa pessoa com quem possuem "especial"  vínculo afetivo, na maior parte dos casos essa pessoa é a mãe.

Para quem não sabe ao certo o que significa Transtorno de Ansiedade de Separação, procuro neste post de hoje apresentar informações que possam ser esclarecedoras e também que possam desmistificar um pouco as fantasias e crenças equivocadas que construímos acerca deste Transtorno. O objetivo não é preparar você leitor para fazer um diagnóstico e nem tão pouco, que acreditem que tudo é um transtorno. Acredito que um diagnóstico não deve ser um rótulo e nem tão pouco deve  ser o foco exclusivo do tratamento/terapia, a de se pensar para além do diagnóstico, por exemplo: O que faremos com isso?!
Gosto sempre de frisar que, para qualquer que seja o transtorno, este somente pode ser diagnosticado por profissionais (médico ou psicólogos), e devemos sempre levar em consideração o tempo e frequência dos sintomas, bem como o grau de sofrimento e prejuízos que sofre o individuo.

A característica essencial do Transtorno de Ansiedade de Separação consiste numa ansiedade excessiva envolvendo o afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação. Esta ansiedade esta além daquela esperada para o nível de desenvolvimento do individuo. Em alguns casos, os indivíduos/crianças sentem saudade extrema e chegam a sentir-se enfermos, devido ao desconforto ocasionado pelo afastamento de casa. As crianças alimentam pensamentos de que algo ruim pode acontecer com quem amam enquanto estão longe dessas pessoas ou longe de casa...Também expressam certo medo de se perderem e jamais rever os pais, medo de serem abandonadas. De um forma geral, essas crianças evitam estar longe de casa ou das pessoas que amam, relutam e recusam-se a comparecer na escola, visto que este é um lugar que exige que a criança permaneça longe de casa por um tempo considerável. Ha também a dificuldade em dormir sozinhos, precisam de alguém que permaneça ao seu lado até adormecerem.Os pesadelos podem se tornar frequentes, e além disso tudo, a criança pode apresentar queixas somáticas, ou seja, vômitos, febre, diarreia, dores, sem causa médica especifica.

Este transtorno pode vir a se desenvolver após alguma situação estressora vivida pela criança, por exemplo: morte de um familiar ou animal de estimação, doença de algum familiar, mudanças de bairro, escola...
É um transtorno mais específico da infância, e só deve ser diagnosticado até os 18 anos. Em geral, adolescentes e adultos atendem melhor aos critérios de Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno de Panico, Fobia Social....

Tanto o medo como ansiedade excessivos interferem na interação social da criança, prejudicando seu convívio com os colegas. A falta de socialização e a dependência dos pais são fatores que contribuem para a imaturidade da criança, não só na infância, mas também em sua futura idade adulta. A queda do rendimento escolar também é uma conseqüência bastante observada. Por isso, quando pais e professores percebem comportamentos semelhantes aos mencionados, é preciso que procurem ajuda especializada, e evitar que o tratamento seja tardio, afim de evitar que futuramente essa criança venha a desenvolver outros transtornos de ansiedade, principalmente o Transtorno de Pânico, visto que o Transtorno de Ansiedade de Separação pode ser um fator de predisposição.

De forma geral, nestes casos, como parte do tratamento acho muito válido estimular a autonomia e a independência desta criança e sem dúvida trabalhar a dinâmica familiar, afim de preparar os pais ara encorajar esta criança.

Em breve quero escrever sobre educação superprotetora e sua relação com transtornos de ansiedade em geral.

Espero que possam fazer boa leitura!
Até breve!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A escolha da Profissão!


A escolha da profissão tem sido cada vez mais um desafio para adolescentes, jovens e adultos que pretendem seguir uma carreira e dedicar-se a uma profissão. Em especial para os adolescentes que saindo do ensino médio, "obrigam-se" a escolher por uma profissão, sendo esse um desafio constante, que vem permeando nossas vidas muitas vezes desde a infância. Cada vez mais a sociedade em que vivemos tem nos cobrado uma profissão, a concepção de SER, tem se tornado ampla e dinâmica, não basta ser um funcionário e produzir, é como se tivéssemos que  nos aperfeiçoar e estudar num ritmo frenético...Certamente reflexo de uma sociedade um tanto ansiosa, por um mundo melhor, por coisas melhores...
Bem, é de se pensar o lado bom e ruim deste movimento da sociedade, pois de alguma forma a escolha por uma profissão nos move na busca por algo, seja pelo conhecimento, pelos nossos sonhos, enfim, é uma motivação que também atribui sentido a nossos dias!

Atualmente tem sido mais difícil para nossos jovens escolherem uma profissão, que carreira devem seguir.São tantas as opções, tantas áreas possíveis, e jã não nos basta os pais nos dizerem que profissão seguir, nós enquanto jovens queremos fazer nossas escolhas, queremos ser autores da nossa história!

Bombardeados por influencias que vem de todos os lados (mídia, família, escola...), é com certo medo, ansiedade e insegurança que muitos adolescentes caminham para esta escolha. Muitas vezes, a cobrança da família e da sociedade em geral, faz esse momento se tornar algo desagradável, e muitos desistem da escolha na metade no caminho, ou alienam-se ao desejo dos pais e escolhem por uma profissão que não condiz com seu real desejo. Por conta disso, muitos jovens tem procurado psicoterapia, com principal objetivo de encontrar uma orientação segura para suas escolhas. É muito enriquecedor o trabalho que nós psicólogos podemos fazer junto destes jovens que procuram orientação, é um trabalho dinâmico e ao mesmo tempo deve ser acolhedor e encorajador!
Lembrando que não só os adolescentes sofrem com essa questão, muitos adultos infelizes, insatisfeitos com seu trabalho também passam por isso, quando percebem que podem fazer novas escolhas e investir numa nova profissão, dar um novo sentido para a sua atividade ocupacional!
Como já mencionei aqui no blog, escolher não é uma tarefa fácil, naturalmente ficamos inseguros, com medo das consequência e nos cobrando fazer a escolha certa, o que gera ansiedade. No entanto, devemos compreender que a escolha que fizemos hoje não precisa ser algo determinante, definitivo para o restante da vida, temos a chance de mudar, fazer novas escolhas, se ariscar, cada dia é uma nova oportunidade que a vida nos concede...Afinal, como diz o velho ditado, "a vida é feita de escolhas".

Através da psicoterapia, é possível fazer um trabalho muito especial, uma orientação profissional que envolve testes, dinâmicas e muito diálogo. O primeiro passo é conhecer a si mesmo!
Esta ai mais um beneficio da psicoterapia!

Abraço e até breve!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Pais e Filhos!

Educar não é tarefa fácil,é um desafio eterno, assim como é uma responsabilidade, sem dúvida acompanhados de muita preocupação – SERÁ QUE ESTOU FAZENDO DO JEITO CERTO?
É preciso dar aos pequenos muito mais que amor e educação, é preciso encorajá-los para a vida, é preciso ensinar valores e crenças já existentes, é preciso prepará-los e em algum momento deixá-los voar, trilhar seu próprio caminho!
É dever dos pais preparar os filhos para a vida lá fora.
Muitos pais, por medo de serem rejeitados, ou por medo de causar um conflito, acabam permitindo tudo aos filhos, não negam nada a criança, e acabam sendo extremamente permissivos.

Que adulto se tornará essa criança?!
Como adulto, tudo terá que ser permitido para ele?
E quando jovem ou adulto, na hora que receber um NÃO, como ele vai se comportar?!

Nossos filhos amanha serão reflexo da educação que estamos lhes dando hoje. Por isso devemos sempre ter em mente, que as crianças não duram para sempre, que o bebê deixará de ser bebê, se tornará adolescente, jovem e adulto, e para viver plenamente precisará sair do ninho. É difícil para os pais admitir que o bebê não exista mais, mais difícil ainda é olhar para o filho e ver nele um adulto em formação, mas é preciso ter esse olhar e acima disso, prepará-los para que possam atravessar a caminhada da infância e adolescência e construir seu papel como adultos.

Educar também é capacitar os filhos para que possam resolver seus conflitos, suas dificuldades, para que possam superar seus medos e se aventurar pelos caminhos da vida. A família é o berço onde tudo isso começa, é com a família, em especial com nossos pais, que estabelecemos nosso primeiro vínculo, é na família que aprendemos a amar, respeitar, cuidar, compartilhar, e até brigar...entre tantas coisas. E é também a família que deve nos encorajar e nos capacitar para viver a vida.
Os pais devem ser muito cuidadosos no que diz respeito a educação, pois amar não deve ser sinônimo de super proteção, aliás a super proteção sufoca a criança e mais ainda o adolescente, eles se sentem incapazes, inseguros, se tornam pouco confiantes e tendem a serem reféns de seus medos e desenvolver uma imagem distorcida de si e do que realmente são capazes. Além da super proteção, outro problema bastante evidente nas famílias modernas, é a “infantilização”, é nada mais que aqueles pais que acham que o filho de 18 anos ainda é o bebê da casa, neste caso, os pais tendem a tratar o filho como criança, esses pais tendem a super proteger o filho e impedir que ele possa ter sua independência e autonomia, sendo essas duas características fundamentais para que possamos nos tornar adultos.

Contudo, sobre o processo e os desafios de educar, é melhor que os pais se preparem no sentido de uma educação libertadora, para que possam encorajar seus filhos a buscar por seus objetivos, seus sonhos, e que nesta trajetória sintam-se capazes de enfrentar seus medos e superar as dificuldades que surgirão. Para os pais, deve ficar claro que, se for necessário, será sua tarefa mostrar aos filhos que eles devem se desprender e levantar voo.

Muitas irão perguntar: “E existem pais que conseguem ser assim?”
“Existem pais que conseguem praticar essa tal educação libertadora?”
Eu diria, não importa se existem, ou quantos são o que realmente importa é que você possa ser esse pai ou e essa mãe, e que desta forma você possa fazer a diferença, no que diz respeito a educar e prepara nossos jovens para o futuro que virá.

Todo dia temos uma nova chance, de tentar de novo, de mudar de estratégia, de se arriscar...é preciso experimentar novas formas de olhar nossas crianças e jovens e também novas formas de prepará-los para a vida.
Sempre ha tempo para aprendermos algo!