segunda-feira, 28 de julho de 2014

Parábola: Inferioridade ou Diferença?

Como gosto muito de parábolas  e inclusive costumo utiliza-las em algum momento da terapia com meus pacientes, pois elas tem uma maneira simples e tocante de nos explicar algumas coisas...então resolvi dividir algumas com vocês aqui no blog!

Cada um certamente fará sua compreensão, de forma única e especial! Espero que possam fazer boa leitura e que de alguma forma essa leitura lhe seja útil.

Inferioridade ou Diferença? 
Um samurai, conhecido por todos pela sua nobreza e honestidade, foi visitar um monge Zen em busca de conselhos. Entretanto, assim que entrou no templo onde o mestre estava, sentiu-se inferior, e concluiu que, apesar de durante toda a sua vida ter lutado por justiça e paz, não tinha sequer chegado perto ao estado de graça do homem que tinha à sua frente.- Por que razão  estou a me sentir tão inferior a si? Já enfrentei a morte muitas vezes, defendi os mais fracos, sei que não tenho nada do que me envergonhar. Entretanto, ao vê-lo meditar, senti que a minha vida não tem a menor importância.- Espere. Assim que eu tiver atendido todos os que me procurarem hoje, eu dou-te a resposta.
Durante o resto do dia o samurai ficou sentado no jardim do templo, a olhar para as pessoas que entraram à procura de conselhos. Viu como o monge atendia a todos com a mesma paciência e com o mesmo sorriso luminoso no seu rosto. Mas o seu estado de ânimo ficava cada vez pior, pois tinha nascido para agir, não para esperar. De noite, quando todos já tinham partido, ele insistiu:- Agora podes-me ensinar?O mestre pediu que entrasse, e conduziu-o até o seu quarto. A lua cheia brilhava no céu, e todo o ambiente inspirava uma profunda tranquilidade.- Estás a ver esta lua, como ela é linda? Ela vai cruzar todo o firmamento, e amanhã o sol tornará de novo a brilhar. Só que a luz do sol é muito mais forte, e consegue mostrar os detalhes da paisagem que temos à nossa frente: árvores, montanhas, nuvens. Tenho contemplado os dois durante anos, e nunca escutei a lua a dizer: por que não tenho o mesmo brilho do sol? Será que sou inferior a ele?- Claro que não - respondeu o samurai. - Lua e sol são coisas diferentes, e cada um tem sua própria beleza. Não podemos comparar os dois.- Então, tu sabes a resposta. Somos duas pessoas diferentes, cada qual a lutar à sua maneira por aquilo que acredita, e a fazer o possível para tornar este mundo melhor.

Refletindo... Ninguém precisa ser igual a ninguém ou melhor do que alguém...somos diferentes, e não ha problema nisso, se pudermos compreender, aceitar e conviver a diferença!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

A Chegada do Bebê na Vida do Casal...


Ter ou não ter? Eis a questão...
Quem tem ama, adora, não troca por nada....sabe quão trabalhoso é, quão difícil é, quantas renuncias foram necessárias, quantos medos superados, incertezas, desejos, sonhos..cada dia uma delicia, uma conquista!

Quem não tem, idealiza, planeja, se organiza, pensa e repensa, a educação, cuidados e preocupação são infinitas, mas chega uma hora que o desejo desperta...

A vida se transforma...as pessoas se transformam, nasce uma mãe, um pai, avós e avós, tios e tias...a Família cresce e aos poucos vai ganhando uma nova configuração, num novo ritmo, com mais datas a serem comemoradas, com mais homenagens, com dia das mães, do pai...E por ai vai...

Sim, estamos falando da chegada de um bebê e todas as mudanças e papéis que nascem junto com ele.
Sempre converso com os pais, muitos aflitos sobre esse momento, e digo que não há receita, curso preparatório, livro ou filme...Nada disso vai te ensinar a ser pai ou mãe, nunca estamos 100% preparados, apenas nos organizamos, buscamos conhecer um pouco essa fase tão surpreendente da vida, buscamos sanar algumas dúvidas e curiosidades, e claro, nos organizamos financeiramente para a chegada do bebê...Mas apenas nos tornamos pais e mães quando de fato o "bebê esta a caminho" e mais ainda quando esta entre a família. As mudanças no corpo da mulher são inegáveis e nesse processo o papel de mãe e de pai já estão sendo construídos.

Por isso, toda aquela ansiedade e desejo de estar 100% preparados é na verdade uma ilusão que camufla nossos medos e inseguranças.

Penso que a gravidez é um momento que exige calma, tolerância e cumplicidade entre o casal, se há maturidade e o casal esta bem resolvido, tanto o bebê quanto o casal se saem muito bem, ambos em seu papel, e assim a tendencia é que a família cresça e se desenvolva num ambiente harmonioso, co clima amoroso e de equilíbrio emocional. Muitos preocupam-se em planejar a chegada do bebê, o que eu penso ser um aspecto favorável, visto que o planejamento e a organização permite que o casal amenize os indicies de ansiedade e preocupação, no entanto a noticia pode pegar alguns de surpresa, o que não precisa ser nenhum grande problema, desde que o casal esteja em sintonia e juntos posam se organizar para a chegada do bebê. Sempre gosto de ressaltar que somos seres com tendência ou habilidade a adaptação, e se não sair como sonhamos, sempre buscamos uma forma de nos adaptar, de melhorar a situação.

O que o casal não pode negar, é que mudanças vão ocorrer, desde o corpo da mulher, até a intimidade do casal e vida financeira...Essas mudanças não precisam ser de ordem negativas, se o casal conseguir compreende-las e respeitar um ao outro nessa fase nova da vida. Será necessário abrir este relacionamento que até então contava com apenas duas pessoas ( casal) para receber uma terceira pessoa, que vai requerer atenção, cuidados. Tudo isso se torna mai fácil se o casal estiver em harmonia, companheiros no sentido de um colaborar com o outro, dar espaço e ouvir os medos e aflições e compartilhar as responsabilidades e cuidados com o pequenino (a) que acaba de chegar.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Felicidade a Qualquer Preço

Bem, o título do post de hoje indica que estamos falando de uma sociedade que não mede esforços para ser feliz. E o que é essa tal felicidade, tão desejada? Onde ela esta? Como ela é? A sentimos, compramos, emprestamos??

São tantos questionamentos, e sem dúvida assim como eles, o desejo de ser feliz faz parte da vida de muitos. A felicidade no mundo contemporâneo em que vivemos, tornou-se um ideal, de forma geral, todos buscam por este ideal. E neste cenário onde a felicidade e qualidade de vida ganham cada vez mais enfase, a medicação também esta em foco, é um dos recursos mais utilizados pela população para alcançar bem estar, qualidade de vida, em outras palavras: felicidade. O consumo de medicações como Rivotril (lê-se tranquilizante/calmante de maior indicação para casos de ansiedades/pânico...), tem se destacado, e respondem à crença da conquista da felicidade através da medicação, como muitos diriam: "A se tivéssemos a pilula da felicidade...". Infelizmente, no que diz respeito a medicação, o Brasil é um dos dez maiores mercados de antidepressivos do mundo. A população consumiu no ano de 2008, mais de 24 milhões de "pilula da felicidade". Este número assustador e preocupante  não para de crescer, mas será que a felicidade se alcança através do consumo de antidepressivos, calmantes...?
Tenho percebido, que vivemos numa sociedade que valoriza tanto a  felicidade e que de forma geral não aceita o sofrimento, não aceita o que é estranho de se sentir, o que não é nomeado pela ciência... Quando nos sentimos mal, angustiados, tristes, ou mesmo ansiosos e estressados, procuramos logo por recursos, não nos permitimos sentir o que não é bom, e queremos sem dúvida nomear o que sentimos, um diagnóstico cai muito bem nesses casos, não é?!

Penso que não devemos nos acomodar com o sofrimento, com as angústias e questões mal resolvidas da nossa vida, mas também não precisamos nos apressar em busca da "cura", muitas vezes os sentimentos indesejáveis que nos causam sofrimento também nos ensinam algo. E sobre os recursos, penso que são tantos os possíveis antes de recorremos a dependência medicamentosa, ou exclusivamente medicamentosa.
A psicoterapia, por exemplo, sempre cai bem, tem papel importantíssimo para aqueles que desejam  ser felizes! E sobre a felicidade x psicoterapia, penso  que não é papel do psicólogo dar respostas ou se encarregar pela felicidade do paciente, mas acompanhar o paciente nesse processo de busca e questionamentos, mesmo porque, não existe uma regra ou uma receita válida para todos, o homem deve descobrir por si só aquilo que lhe satisfaz, ao psicólogo cabe auxiliar o paciente na descoberta de sua singularidade, e consequentemente descobrir o que lhe faz feliz, é uma longa caminhada, cheia de surpresas e desafios, nem sempre o que descobrimos sobre nós mesmos nos agrada, mas é preciso se conhecer, e também conhecer que recursos temos a nosso favor, sempre buscando nos aceitar, baseando-se no respeito e compreensão de nossa singularidade.

E você leitor, deve estar se perguntando, mas ela não vai responder aos questionamentos do inicio deste post, sobre felicidade?
Não. Porque a resposta desses questionamentos é algo que cada leitor vai responder a sua maneira, considerando a sua singularidade. E sobre a felicidade, como já mencionei, não existe regras, receitas, pilula, livro....É você, o que vai construir!